Yasmim Taynara
Cruz dos Santos
(IV período
de Letras/FAMASUL. 2017.2)
Sempre comentavam
sobre Vital na faculdade e fiquei curiosa para conhecer o trabalho desse homem
de quem tanto se falavam. Quando soube do que se tratava, fiquei sem entender o
porquê de uma pessoa criar um poema para ninguém compreender. Enfim, chegou o
dia em que acontece a palestra de VCA e entro na sala justamente para ver o que
o próprio criador dessa arte que causa tanta estranheza em seus leitores iria
falar sobre ela.
Em poucos minutos
de sua palestra, fiquei fascinada com cada palavra que ele falava. Com uma
visão de mundo tão diferente e de vasto conhecimento. Era como se tivesse
passando um filme em minha cabeça. Surgiram muitas dúvidas, mas a maioria delas
não conseguir expor, pois me senti intimidada no meio de tantos intelectuais. Quando
ele começou a falar sobre a poesia absoluta e sua relação com o cérebro humano,
consegui entender que não se tratava de um simples poema, com palavras
aleatórias, mas de um mecanismo vital para expandir a capacidade do nosso
cérebro pois, como ele falou, “nós somos tão acostumados a ler coisas de fácil
compreensão que acabamos não estimulando nosso cérebro a pensar, deixando-o acomodado
e estacionado”.
A poesia absoluta
tende a essa provocação. Vai muito mais além do que um raciocínio lógico. Posso
dizer que está mais para um enigma ilógico. E, diante dessas informações, foi
como se um botão fosse acionado no meu cérebro, me permitindo perceber a
capacidade que eu tinha, aliás, que nós seres humanos temos de fazer coisas
extraordinárias.
Naquele momento,
me senti diferente, com vontade de aprender mais. Mas, não da maneira fácil e sim
da maneira mais difícil possível. Eu almejava desafiar o meu cérebro do modo
mais complexo e descobrir do que ele é capaz. Bateu-me uma euforia. Minhas mãos
suavam, meu coração acelerava. Em outras palestras, eu olhava umas vinte vezes
a hora, no celular. Nessa, não.
Da faculdade para
minha casa é uma hora de viagem. Para mim, foi como se tivessem passados uns quinze
minutos, pois minha cabeça estava processando tanta informação que meu juízo
começou a doer (não era dor de cabeça) eu tentava relaxar, me acalmar, vi a
hora ter um ataque cardíaco ou um AVC.
Pode até parecer
exagero, mas foi o que realmente eu estava sentindo naquele momento. O que eu
posso dizer é que a poesia absoluta não é para qualquer leitor, mas para
leitores especiais com o nível avançado do intelecto, não para compreendê-la,
porém para dar a si mesmo uma razão para ir mais além.
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VCA |
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