26 de agosto de 2017

A SORTE DE TER SORTE

Admmauro Gommes
Escritor, Poeta e Professor de Teoria Literária
da FAMASUL/Palmares (PE)
admmaurogommes@hotmail.com

Na vida é assim: às vezes alguém acha que é preciso ter a sorte de ter sorte. Já vi muita gente procurando um trevo de quatro folhas porque disseram que ele traz felicidade. Só soube que estavam procurando. Ninguém me disse que achou. 
É que estiveram buscando onde não havia o objeto desejado. A lógica é clara: procurar onde não há existência de ouro, torna-se impossível o encontro. Mesmo quando se tem um mapa bem desenhado, se não houver tesouro, nada feito. Por isso, não busque a dita cuja onde ela não mora. Mas não deixe de persegui-la. Com um pouquinho de sorte, tudo se resolve. 
Porém, todo cuidado é pouco. Precaução e canja de galinha não fazem mal a ninguém. É que a bendita pode andar encangada com o azar. Se um time joga e vence por sorte, o outro, naturalmente, teve azar. Para quem acredita que um pé de coelho dá sorte... pode até ser. Menos para o coelho. 
De vez em quando, é bom traçar um atalho ou agendar uma entrevista com ela, pois a sorte não dá azar de ser encontrada por um azarão. Por exemplo: a portuguesa Zoraia (que nasceu em Xexéu), foi quem puxou primeiro essa conversa. Ela disse que mudou a sorte quando saiu do Brasil e foi morar em um país europeu. Primeiro, me mostrou umas fotos com delicadíssimas flores de seu jardim, modelo de paz e harmonia, encanto e ternura. Que felicidade! Sabe o que ela me enviou por um zap, em uma semana dessas? Uma plantação de trevos. Um monte. Todos de quatro folhas e de várias espécies. 
Aí pode estar o segredo revelado. Lá é muito comum cultivarem esse arbusto. Ela apenas deu um empurrãozinho na sorte e foi ao encontro dos trevos. 
Por aqui, Zoraia, tem um dito que você bem conhece, ninguém planta laranja e colhe goiaba. Fica a lição: quem planta trevo colhe trevoada. Como se atesta, não carece sorte para encontrar um trevo de quatro folhas, nem trevo para encontrar a sorte. Então, façamos alguma coisa. João Cabral disse na sua severina obra: “Grande diferença faz, lutar com as mãos ou colocá-las para trás.” Não é bom esperar por quem pode não vir (a sorte). Nem sempre a montanha vai a Maomé. É preciso cruzar o oceano, se necessário, para ser feliz. 


17 de agosto de 2017

A FOTO DO ANO: EUDO NO MEIO DAS CRIANÇAS

Prefeito Eudo Magalhães visita estudantes da educação infantil

            Na minha opinião, esta é a foto do ano: o prefeito de Xexéu, Eudo Magalhães, no meio das crianças, em uma sala de aula da educação infantil (17/8/2017). É a força do exemplo. Seguindo o pensamento de Mahatma Gandhi, devemos ser o exemplo da mudança que desejamos ver no mundo. É isso que Eudo está fazendo. Ao conversar com estudantes da primeira fase da educação básica, o prefeito percebe como vai o ensino no seu município. E saiu satisfeito porque ouviu dos alunos que a educação vai bem. A merenda é de boa qualidade e os profissionais da educação estão fazendo um trabalho de destaque.
            Mas fica em minha mente, o exemplo da foto. Ao dialogar com o prefeito, as crianças têm a oportunidade de tratar com a autoridade máxima do município, em conversa trivial, de assuntos sérios, como o futuro de uma cidade e do país. Quem dera que esta situação servisse de parâmetro para muitos administradores que devem sair do gabinete e visitar os setores de trabalho.
            Escolhi essa imagem dentre tantas outras fotos tiradas do prefeito neste dia, em que visitou várias escolas, acompanhando as reformas, manutenção e pinturas, como parte de sua rotina na condição administrador público. No meio de suas atividades, reservou um tempo para se assentar e bater um papo com os pequeninos.
            Este gesto, com certeza, ficará em minha memória, e fará com que os que acreditam na educação percebam que ainda é possível transformar a sociedade com ações e gestos que podem muito bem ser reproduzidos com eficácia. Para citar Anne Robert Jacques Turgot, reconhecemos que “O problema essencial da educação é dar o exemplo.” Eis o homem. Eis o exemplo.

11 de agosto de 2017

O VELHO, O MENINO E O BURRO (ATUALIZAÇÃO)


Admmauro Gommes
Escritor, Poeta e Professor de Teoria Literária
da FAMASUL/Palmares (PE)
admmaurogommes@hotmail.com

Esta é uma história antiga, mas sua temática é também de nossos dias. Trata-se de observar o comportamento humano, o que é muito comum, principalmente no que tange ao julgamento alheio, ou a emissão de palpites e opiniões, sem ninguém pedir. Isso percebemos de sobra, à nossa volta.
Quase sempre, a busca desenfreada, como tentativa para ser agradável a gagos e traianos, quando em demasiadas ações, transforma-se em desastroso resultado. Bill Cosby, comediante norte-americano, disse certa vez: "Não conheço a chave para o sucesso, mas a chave para o fracasso é tentar agradar a todo mundo." Foi então que me lembrei da história de ‘O velho, o menino e o burro.’ Assim, a fábula me pareceu bem contemporânea, quando nela imprimi contornos de nossos dias, com o olhar das instituições atuais.
Conta-se que um velho andava pela estrada, montado em um animal, enquanto o menino ia a pé. No caminho, um conselheiro tutelar o repreendeu severamente: “Como é que uma criança dessa passa por esses maus tratos, andando a pé, e o velho vai confortável no burro?” O velho não teve dúvida. Para atender àquela reclamação, desceu da montaria e colocou o menino sobre o animal. 
Mais adiante, encontra um representante da melhor idade e chama a atenção do velho. “O senhor, nessa idade? Seria bom que montasse e deixasse que a criança, ainda muito nova, fizesse a caminhada, caminhando, porque ela tem muita saúde.” O velho, para não afrontar nem ao primeiro nem ao segundo interlocutor, decidiu que a criança e ele seguissem montados. Mais adiante, esbarra com um grupo de ativistas protetores dos animais. “Aí é demais. Estão querendo matar o pobre animalzinho.” 
O final da história é desconcertante. Lamentavelmente, o velho chega ao destino com o burro nas costas, preocupado em não desagradar a mais ninguém. 
Agradar a todos, como se pode ver, é alvo inatingível.
Diante desta impossibilidade, resta-nos agir em nome do bom senso. Optar pelo caminho do equilíbrio, agindo com ética, mesmo considerando que essa seja mutável, em diferentes tempos e espaços. Não obstante, ela é ainda a orientação aceitável para se fazer, respeitando e atendendo aos reclames da própria consciência. 
A consciência, alicerçada na ética, deve guiar cada passo do ser humano. Se não há dolo, nem prejuízo alheio, sigamos em frente, quem sabe seja este um indicativo de que estamos fazendo a coisa certa. Se fizermos bom uso de nossa consciência, talvez nem precisemos carregar o burro nas costas.

3 de agosto de 2017

WILSON SANTOS SAI DE CENA MAS NÃO DEIXA O PALCO

"Mestre Wilson Santos, fui um privilegiado em tê-lo como um dos meus condutores no magnífico campo da Literatura." (Ricardo Guerra/Jaqueira)

"Professor Wilson sempre será para nós um 'site' de conhecimento, que irá nos orientar, acerca de quaisquer incertezas ou dúvidas, sobre a Gramática da Língua Portuguesa." João Constantino Gomes Ferreira Neto - (Coordenador de Letras/Famasul)
“Meu querido mestre Wilson, meu coração reserva-lhe um lugar junto às pessoas que mais amo.Zeripe
"Grande professor, no qual me apaixonei por suas aulas e por suas cantorias. Seu retroprojetor, quem usará agora?" Mário Júnior (Letras/Famasul)

“Professor Wilson - A gramática humana que tive o privilégio de conhecer.” Pamella Emanuella Gomes de Lima (Letras/Famasul)

"Professor Wilson - Máquina da língua portuguesa." (Romélia/Letras)

"Este cidadão, mesmo fora da sala de aula, será sempre para quem o buscar uma eterna biblioteca ambulante!" (Agenor Gomes - Mustang Pneus)

“Essa gargalhada gostosa vai fazer falta na Famasul.” (Sylvia Beltrão)

   Wilson Santos
por Admmauro Gommes
Escritor e professor da FAMASUL/Palmares
admmaurogommes@hotmail.com


É bem conhecida a frase do apóstolo Paulo: “Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé.” Parodiando o apóstolo e invertendo a ordem das ideias, chegaremos a uma descrição que revela bem o perfil do Professor Wilson Santos, que diria: Combati o bom combate, guardei a fé mas não terminei a carreira (ainda). 
Certamente, um grande professor aposenta-se para ser Mestre. Aliás, Mestre ele sempre foi. À primeira vez que o vi, estava em minha frente, em uma sala de aula, tratando de português e literatura. Por isso, tenho uma influência direta da parte desse amigo, exemplo de profissionalismo e cidadania. Para mim, professor emérito sempre. 

Agora, surge uma nova aposentadoria, que o afasta do campus da Famasul. Os anos se enganam quando, para preservar, aposentam um educador. Embora o descanso seja merecido, nada conseguirá distanciá-lo de uma pedagogia do cântico e da descontração que ele mesmo desenvolveu. Valeu-se das letras de música para extrair os termos essenciais da oração enquanto, por essenciais termos, formava gerações de admiradores.
Para um sábio, o conhecimento é como o vinho: o tempo só consegue aperfeiçoar seu sabor. E isso se encaixa também em Wilson Santos que sai, momentaneamente, de cena mas não deixa o palco, no instante em que direciona seus conhecimentos em investigações científicas e estudos cada vez mais profundos.
O homem velho... (desculpe-me pelo “velho”, mas foi a imagem suave que me veio à memória nesse momento) “O homem velho deixa a vida e morte para trás/ Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais/ O grande espelho que é o mundo ousaria refletir os seus sinais/O homem velho é o rei dos animais" (Caetano). Deste modo, a sabedoria, aliada ao conhecimento, dá ao homem ares de realeza e definitivo respeito. Eis o homem!
Em tempo: O Professor, depois que acumula tantos saberes, devia subir de patente ao se aposentar. Por exemplo, sendo Capitão, Wilson Santos, agora é Professor Major Wilson.
Continência! 


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Mensagem ao Mestre Wilson Santos
por Rute Costa
Lembranças de um início de estudante na Escola Eliseu, tendo como gestor Wilson Santos. Cumprir o regimento da escola era sagrado, patriotismo era dever e a religiosidade era missão de todos a cada dia!
O tempo passa e lá vou para o EMAAG cursar o magistério e mais uma vez professor Wilson Santos está no quadro de professores da minha vida, estágio.
Alguns anos depois, consigo passar pelo tão inatingível vestibular da FAMASUL!
Parece brincadeira ou será destino?
Não acredita? Pois, acredite! Lá está Wilson Santos e, dessa vez, com mais satisfação e entusiasmo ainda pelo ensino. Cantando como na primeira escola, lendo textos de diversos tipos e gêneros textuais... Mais ainda tinha um equipamento tecnológico que me prendia a atenção. Um inusitado e prático retroprojetor de imagens! É lá que descubro que existem pessoas como você, Wilson Santos, que também responde por Gramática ambulante e ou Evanildo Bechara, carinhosamente por ser amigo pessoal e leitor assíduo do mesmo.
É, nos encontros da vida que parecem coincidências banais que descubro o privilégio que Deus me concede de nas instituições públicas e privada de ensino que pude percorrer tinha sempre exemplos de pessoas cultas e nobres.
Quando tudo parece estar no seu devido lugar, sou convidada para lecionar na FAMASUL e lá mais uma vez o destino nos aproxima, e dessa ocasião, colegas de trabalho! Como soaram doces ao meu ouvido; elogios e nota de orgulho de minha pessoa! Espero mestre, nunca o decepcionar!
Agradeço a Deus por sua vida e aposentadoria! Desejando desde sempre, vida longa e saúde para desfrutar com satisfação sua merecida vida feliz!
Um caloroso abraço.

Palmares /PE, 11 de agosto de 2017 (Dia do Estudante)





Veja um poema 
recitado por Wilson Santos
ORAÇÃO AOS MOÇOS 

(CORA CORALINA)
https://www.youtube.com/watch?v=OjdK9BPm5w0


também:


LIÇÕES DE GRAMÁTICA - NORMA CULTA
https://www.youtube.com/watch?v=m_ZDMw87fV0&t=10s