Admmauro Gommes
Escritor, Poeta e Professor de Teoria Literária
da FAMASUL/Palmares (PE)
admmaurogommes@hotmail.com
Na
vida é assim: às vezes alguém acha que é preciso ter a sorte de ter sorte.
Já vi muita gente procurando um trevo de quatro folhas porque disseram que ele
traz felicidade. Só soube que estavam procurando. Ninguém me disse que
achou.
É
que estiveram buscando onde não havia o objeto desejado. A lógica é clara:
procurar onde não há existência de ouro, torna-se impossível o encontro.
Mesmo quando se tem um mapa bem desenhado, se não houver tesouro, nada
feito. Por isso, não busque a dita cuja onde ela não mora. Mas não deixe de
persegui-la. Com um pouquinho de sorte, tudo se resolve.
Porém,
todo cuidado é pouco. Precaução e canja de galinha não fazem mal a
ninguém. É que a bendita pode andar encangada com o azar. Se um time joga e
vence por sorte, o outro, naturalmente, teve azar. Para quem acredita que um pé
de coelho dá sorte... pode até ser. Menos para o coelho.
De
vez em quando, é bom traçar um atalho ou agendar uma entrevista com ela, pois a
sorte não dá azar de ser encontrada por um azarão. Por exemplo: a
portuguesa Zoraia (que nasceu em Xexéu), foi quem puxou primeiro essa conversa.
Ela disse que mudou a sorte quando saiu do Brasil e foi morar em um país
europeu. Primeiro, me mostrou umas fotos com delicadíssimas flores de seu
jardim, modelo de paz e harmonia, encanto e ternura. Que felicidade! Sabe o que
ela me enviou por um zap, em uma semana dessas? Uma plantação de trevos. Um
monte. Todos de quatro folhas e de várias espécies.
Aí
pode estar o segredo revelado. Lá é muito comum cultivarem esse arbusto. Ela
apenas deu um empurrãozinho na sorte e foi ao encontro dos trevos.
Por
aqui, Zoraia, tem um dito que você bem conhece, ninguém planta laranja e colhe
goiaba. Fica a lição: quem planta trevo colhe trevoada. Como se atesta, não
carece sorte para encontrar um trevo de quatro folhas, nem trevo para encontrar
a sorte. Então, façamos alguma coisa. João Cabral disse na sua severina obra:
“Grande diferença faz, lutar com as mãos ou colocá-las para trás.” Não é bom
esperar por quem pode não vir (a sorte). Nem sempre a montanha vai a Maomé. É
preciso cruzar o oceano, se necessário, para ser feliz.
Destino não é uma questão de sorte, mas uma questão de escolha; não é uma coisa que se espera, mas que se busca. (William Jennings Bryan)
ResponderExcluirQuem sabe a sorte de Zoraia foi buscar plantar a sorte! Plantemos pés de trevo, para termos sorte.
Muito belo, parabéns amigo com esse poema podemos realizar uma aula interdisciplinar, letras e biologia!! Sim, sugiro que envie esse poema para fazer parte da música do novo repertório de Roberto Carlos 2018!!
ResponderExcluirQuem diz é você, qual será, o destino aonde sua sorte queira germinar.
ResponderExcluirAs vezes a sorte dá azar ou vice-versa. Conta-se uma história que um moço ganhou um belo cavalo e alguém disse: que sorte a dele! Dias depois, o rapaz andando de cavalo, caiu e quebrou a perna, disseram: que azar! Com pouco tempo houve convocação dos rapazes para irem a gúerra,falaram: que sorte a dele, pois estando com a perna engessada foi dispensado! Mas o cavalo foi embora. Disseram: que azar do pobre rapaz! Passaram-se os dias, o cavalo voltou acompanhado de vários cavalos selvagens. Todos disseram: esse rapaz tem muita sorte!
ResponderExcluirFico imaginando os acontecimentos posteriores.
“Às vezes a sorte dá azar ou vice-versa.”
ResponderExcluirTens razão, Maria. Geralmente chamamos de sorte as coisas boas. Mas nem tudo é bom para todos e, enquanto um lado da moeda pode ser o resplendor da sorte, o outro não. A propósito, lembrei-me de um trecho de Alice no País das Maravilhas, coincidentemente, começa com teu nome:
“Maria, há uma sabedoria social ou de bolso; nem toda sabedoria tem de ser grave. (...) para a tua sabedoria de bolso: se gostas de gato, experimenta o ponto de vista do rato.”
Esta é a conclusão que cheguei: Certamente, é uma sorte o gato ser querido por todos de uma casa como felino de estimação. Quanto ao rato... Azar dele! (kkk)
Parabéns, nobre amigo e escritor. O ratema que parece senso comum foi muito bem delineado, moldado e delineado...inclusive aconselhando como agir a quem quer encontrar a tão falada e desejada sorte. Ademais, ainda faz alusão ao seu opositor: o azar. Texto 1.000.Sorte de quem lê... Abraço!
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