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Paulo Katu |
O poeta cordelista Paulo Katu de Sirinhaém visitou a FAMASUL (23.11.12). Na ocasião, recitou versos e falou da técnica de sua produção poética. Isso aconteceu dentro da aula de Teoria da Literatura I, do Professor Admmauro Gommes. Esteve presente também o Professor Wilson Santos. Katu foi muito aplaudido.
Fragmentos de
BRASIL: COLÔNIA, IMPÉRIO E REPÚBLICA (Paulo Katu)
Desta história do Brasil
Muito temos que contar
O progresso, no entanto
Deixa muito a desejar,
Deus abastou-nos de tudo
Só falta administrar.
(...)
Na colônia no início
Barbáries aconteceram,
Atiraram em nossos índios
Muitos deles faleceram,
Os que seguiam com vida
Invejavam os que morreram.
(...)
Paulo Katu com sua poesia de cordel tem mostrado para muitos, que não basta ser um letrado para produzir poesia, mais que precisa- se da técnica, coisa que conhece e que faz com perfeição. Fazendo com que essa arte regional se iguale ao mesmo nível dos grandes poetas conhecidos nacionalmente.
Por: Vanessa Paula. V periodo de Letras
Concordo com as palavras de Vanessa, realmente Paulo é um mestre na arte de produzir cordéis e o faz com grande perfeição. Suas obras não se resumem apenas a sua cidade local, mas já percorreu muitas outras cidades e também outros estados, fazendo com que o cultura sirinhaense seja conhecida por diversas outras pessoas.
ResponderExcluirTamiris Manuela. V Período de Letras.
Admmauro, posto aqui um poema para que analise:
ResponderExcluirMeu verso
Um verso
É o avesso
Do meu inverso
Sem nenhum universo
Nesse transverso
Revesso
Tão diverso
Imerso
Em olhares controversos.
Quem poderia analisar esses versos, com mais propriedade, seria Caetano Veloso, que confundiu-nos em Sampa: “Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso.” Mas, enquanto ele não vê o seu “Verso”, vamos lá!... Um verso deve ser o avesso de tudo. Primeiro, porque usa uma linguagem diferente, um ritmo novo, surpreendente, naturalmente inverso. Depois, não se precisa de nenhum universo para compor, basta querer, tendo técnica. Reversa-se tão diversamente porque “não há limites para se fazer livros,” disse Salomão (eu digo versos) pois imenso é o mundo da imaginação. Embora o incauto nos olhe com olhares controversos, seguiremos em frente, pois o verso é maior que o universo. Bandeira também lamentou: “Meu verso é sangue / volúpia ardente/ tristeza esparsa/ remorso vão.” Ele poderia ter dito muito mais, mesmo assim, seria controverso, quando o verso é tudo e ao mesmo tempo, nada. Qualquer verso é transverso, meu caro Neilton. Por isso, eis a grandeza de um poeta: falar a todas as gerações com apenas um único verso. Este já estava contigo há muito tempo, de um jeito diferente: imerso. Assim, sempre foste poeta, imensamente.
ExcluirGostaria de que fizesse uma crítica a esse poema.
ResponderExcluirUm mar dentro de mim
Esse vácuo
Inóspito
Que me arremata
Mata
Arrasa-me
Abrasa-me
Sem sombras
Ondas
Dores
Temores
Esse mar
De amar
Dentro de mim
Sem fim
Esse vácuo
Sátira a Pessoa
ResponderExcluirSerá que é dor
Essa dor que o poeta sente?
Ou ele mente completamente?
E finge que é dor
Uma dor que nunca sente?
Se é fingidor
não é poeta
é um ator
Por fingir tão bem
Que o leitor acredita ser dor
Uma dor que ele não tem.
São Paulo, uma cidade na qualquer
ResponderExcluirA Drummond
Prédios em cima de prédios
Homens, mulheres, meninos e cachorros
Nada de cantar amor em pomar
Todos correm sem parar
Cachorros que correm
Burro aqui não tem
A não ser os homens que correm
Mas aqui as persianas olham também
Eta corre-corre desgraçado homem.
Muito bom!
ExcluirQuem mandou Drummond criticar sua cidadezinha??!
O bom na literatura é isso: não importa a distância, nem o tempo que separa um poeta de outro, a intertextualidade sempre é possível.