Escrevi em um fim de semana (21.10.13) dois poemas sintéticos. O primeiro, a pedido do professor Jailton
Ferreira de Oliveira (FAMASUL e Sirinhaém). Ele sugeriu um texto com apenas uma
palavra que se repetisse, mudando apenas o sentido; o outro, indicado por Vital Corrêa de Araujo, é uma condensação de
uma vida, em um único verso (monóstico). – Admmauro Gommes
AMARA
Amara!...
Amara!...
Amara amara
amará?
Amara amara.
Amara?
Amara.
VIVA!
Você está
vivo!
Aí, Sylvia disse:
Eu leio “Amara” e não me conformo com esta definição: “poema
sintético”. Ora, sintético corresponde a algo resumido. Tudo bem que se
pararmos para observar apenas a estrutura do poema, realmente ele não foge da
definição de sintético. Mas e outro lado da moeda? Quando falo que não me
conformo, na verdade estou me referindo à interpretação do poema. Não existe
absolutamente nada de sintético na interpretação de Amara, ela é muito ampla.
O
poeta Admmauro Gommes, como sempre, foi muito engenhoso na sua criação poética.
Utilizando apenas uma palavra ele conseguiu o feito de intitular, criar e dar
sentido ao poema (este último é o que julgo que há de mais complexo). Como a
excelência é parceira dele sempre, o poema de apenas uma palavra,
contraditoriamente, não tem apenas um significado. Eu encontrei três
interpretações para “Amara” e não duvido que alguém que tenha uma imaginação
mais fértil que a minha, seja capaz de encontrar um número maior de sentidos
nesse poema tão bem escrito. Falarei sobre a interpretação que mais me
fascinou. Para mim, o título corresponde à uma mulher, que se chama obviamente,
Amara.
No primeiro verso, vejo um homem suspirando o nome da mulher amada:
“Amara!... Amara!...”. No segundo verso, observo duas perguntas em uma: “Amara
amou? Amara vai continuar a amar?”. Dando sequência, vem a confirmação: “Amara
amou!”. No quarto verso, uma pontinha de dúvida é colocada: “Amara (a mulher),
amou?”, Por fim: “Amara”. “Sintetizando o poema sintético”: Amara amou e sempre
amará! Fascinante é ter a plena consciência que toda esta interpretação foi
feita tendo como instrumento de estudo, apenas uma palavra. E perturbador é
saber como em tão pouco tempo esse desafio foi vencido por Admmauro.
Observe
como ele apresenta o poema: “Escrevi este fim de semana dois poemas
sintéticos”. Falou com a tranquilidade de quem sabe o que faz. Isso me
impressionou muito, me questionei de imediato: “um final de semana?!”. Sou
realista! Se me trancassem em uma sala, me dessem um papel, uma caneta e um
desafio desse tamanho, seguido da afirmação: Você só sai dessa sala com um
poema sintético, composto por apenas uma palavra e que dê margem à várias
interpretações, coitada de mim! Esta sala seria a minha prisão perpétua.
Tenho
sã consciência que uma criação poética de elevadíssimo nível como “Amara” é
privilégio para poucos. É por essas e outras que não aceito o título de
ex-aluna de Admmauro Gommes nem mesmo na minha lápide, sei que ainda tenho
muito para aprender e não posso perder esse meu mestre de vista, afinal:
ADMMITO que ADMMIRO ADMMAURO! Com muito orgulho: Parabéns, ilustre poeta!
Sylvia Beltrão 24 de outubro de 2013 13:49
Eu leio “Amara” e não me conformo com esta definição: “poema sintético”. Ora, sintético corresponde a algo resumido. Tudo bem que se pararmos para observar apenas a estrutura do poema, realmente ele não foge da definição de sintético. Mas e outro lado da moeda? Quando falo que não me conformo, na verdade estou me referindo à interpretação do poema. Não existe absolutamente nada de sintético na interpretação de Amara, ela é muito ampla. O poeta Admmauro Gommes, como sempre, foi muito engenhoso na sua criação poética. Utilizando apenas uma palavra ele conseguiu o feito de intitular, criar e dar sentido ao poema (este último é o que julgo que há de mais complexo). Como a excelência é parceira dele sempre, o poema de apenas uma palavra, contraditoriamente, não tem apenas um significado. Eu encontrei três interpretações para “Amara” e não duvido que alguém que tenha uma imaginação mais fértil que a minha, seja capaz de encontrar um número maior de sentidos nesse poema tão bem escrito. Falarei sobre a interpretação que mais me fascinou. Para mim, o título corresponde à uma mulher, que se chama obviamente, Amara. No primeiro verso, vejo um homem suspirando o nome da mulher amada: “Amara!... Amara!...”. No segundo verso, observo duas perguntas em uma: “Amara amou? Amara vai continuar a amar?”. Dando sequência, vem a confirmação: “Amara amou!”. No quarto verso, uma pontinha de dúvida é colocada: “Amara (a mulher), amou?”, Por fim: “Amara”. “Sintetizando o poema sintético”: Amara amou e sempre amará! Fascinante é ter a plena consciência que toda esta interpretação foi feita tendo como instrumento de estudo, apenas uma palavra. E perturbador é saber como em tão pouco tempo esse desafio foi vencido por Admmauro. Observe como ele apresenta o poema: “Escrevi este fim de semana dois poemas sintéticos”. Falou com a tranquilidade de quem sabe o que faz. Isso me impressionou muito, me questionei de imediato: “um final de semana?!”. Sou realista! Se me trancassem em uma sala, me dessem um papel, uma caneta e um desafio desse tamanho, seguido da afirmação: Você só sai dessa sala com um poema sintético, composto por apenas uma palavra e que dê margem à várias interpretações, coitada de mim! Esta sala seria a minha prisão perpétua. Tenho sã consciência que uma criação poética de elevadíssimo nível como “Amara” é privilégio para poucos. É por essas e outras que não aceito o título de ex-aluna de Admmauro Gommes nem mesmo na minha lápide, sei que ainda tenho muito para aprender e não posso perder esse meu mestre de vista, afinal: ADMMITO que ADMMIRO ADMMAURO! Com muito orgulho: Parabéns, ilustre poeta!
ResponderExcluirDiante da grandeza argumentativa da Sylvia Beltrão acerca do poema AMARA, perdoem-me pelos argumentos que seguem.
ResponderExcluirAmara, nome próprio, embora feminino para algumas pessoas se justifica melhor em homem, isso concluí após questionar algumas pessoas se adotariam o mesmo como batismo de uma filha.
Como poema sintético, substancial, não haveria outro nome que pudesse se enquadrar no obstinado desejo da rapidez dos versos.
Não sei de onde vem o mito de considerar o nome AMARA feio ou poético. O que seria o feio, o contrário do belo que se fundem com certeza.
Amara lembra amor, amar. Podemos ampliá-lo ainda mais, associando-o ao próprio mar. Amara amará o mar, ama amara o mar.
Amara é um nome originário do grego que quer dizer “paraíso”.
Por isso acredito que Amara, Amara, Amará!
E por ausência de afinidade com sua locução não levaria uma rebenta fecunda da minha casta para a pia batismal cujo fim fosse a confirmação do nome Amara, poderia recitar o poema.
Dizer por fim que entre Amara e Poema daria nome a uma filha minha de poema.
NAMASTÊ!
Filosofíssimo Calazans:
ExcluirConcordo com a sua apreciação, inclusive com a última frase. Eu também não daria nome de Amara a uma filha. Amara é a avó de Poema. Então, eu já tenho as duas. (Sim: Amaro é também o nome de meu pai!)
Quanta infelicidade da minha parte. Prova que não devo brincar com as palavras, embora tenha deixado por definição que AMARA do grego "paraíso' suscita felicidade, lugar de paz e felicidade. Mestre poeta e amigo, perdoe-me pela infelicidade e pequenez. Minha declaração é a prova cabal que tenho muito ainda que aprender quando se trata em lidar com as palavras e suas gêneses. Duplamente peço perdão. é isso...
ResponderExcluirEu também gostaria de oferecer o meu contributo para a interpretação deste magnífico poema, sim, sintético, embora faço questão de (re) afirmar que tanto a interpretação da Sylvia quanto a do Sr Calazans são fantásticas. Se o poeta Admmauro concordar ficaria feliz em oferecer a minha leitura. Email: guimaraensfilho@yahoo.com
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