17 de setembro de 2014

A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO NA ESCOLA

Roberto de Queiroz/Ipojuca (PE)
Formado em Letras/FAMASUL

A escritora Tatiana Belinky, falando sobre como estimular o prazer da leitura na escola, disse o seguinte numa entrevista: “Há coisas que não se manda fazer, elas
Roberto de Queiroz
acontecem. E a leitura é uma delas. O leitor é livre. Você lê para você mesmo, para seu divertimento, para sua emoção, não tem obrigação de coisa nenhuma. Você começa a ler e vai logo perceber que é bom. Uma história bem contada pode fazer alguém chorar ou rir, isto é, pode prender o leitor” (Na ponta do lápis, nº 12, dez. 2009). Mas como fica a liberdade do leitor iniciante? Como é que alguém pode escolher o que não conhece?

Para Caio Riter, se cada aluno tem a liberdade de ir à biblioteca e escolher o livro a ser lido, ele é o responsável por sua formação leitora. Assim, quando é convidado para apresentar, apresenta “sua visão de leitura, não havendo na sala de aula espaço para a interação com diferentes leitores, em diferentes níveis de leitura, visto que poucos (ou apenas um) terão lido aquele texto, correndo-se o risco, inclusive, de o próprio professor não ter a mínima noção sobre o que trata cada um dos livros lidos por seus alunos” (A formação do leitor literário em casa e na escola, Biruta, 2009).

O escritor italiano Italo Calvino (1923-1985) disse certa vez que “ler é um ato de liberdade, mas para quem já [...] foi formado pela escola como leitor. Ou seja, o espaço escolar é o lugar da experimentação e esta se dá à medida que o aluno é desafiado a ler textos que passaram pelo critério de qualidade do professor e/ou que atendem a algum objetivo, cuja realização se faz necessária”.

Desse modo, a liberdade do leitor iniciante pode ser respeitada “quando a escola, através da obrigatoriedade da leitura e de uma prática metodológica que assegure espaço para a reflexão e para o deleite, forma leitores qualificados. A escola precisa mostrar aos alunos a importância da leitura e o conhecimento dos aspectos que a envolvem, além de apresentar, de forma qualificada, textos [...] cuja leitura, se não realizada na escola, sob o olhar atento e orientador de um professor-leitor, muitas vezes jamais ocorrerá” (Riter, op. cit.).

Em suma, pedir simplesmente que os alunos leiam um texto qualquer, sem a análise criteriosa e sem o planejamento prévio do professor, é coisa que pode parecer aula de leitura a um desavisado, mas, obviamente, não corresponde aos critérios de leitura como conteúdo em sala de aula. Ou seja, defendo a ideia de que a leitura de textos literários na escola pode ser uma leitura sem amarras (uma leitura que seduz e encanta o leitor e induz ao gostar de ler), mas a mediação do professor desempenha um papel fundamental na realização desse processo.

(Artigo publicado no Diário de Pernambuco, 02/09/2014, Opinião, p. A6)

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20 comentários:

  1. Quando José Bento Monteiro Lobato escreveu e publicou a frase: “Um país se faz com homens e livros”, qual foi sua verdadeira intenção! Vender livros, ou instigar pessoas a sentirem necessidade em ler! É obvio que na ocasião o Brasil inaugurava um novo momento em sua história, com a fundação da Companhia Editora Nacional em novembro de 1925. A intenção era vender livros, e associado a isso, instigar na sociedade o gosto pela leitura, as duas ações fizeram sucesso, colocando o Brasil no âmbito do editorial Nacional e Internacional.

    Sempre existirá um dia em que leremos algum livro que ficará em nossa memória como referencial, por essa razão dentre muitas, lemos por alguns motivos óbvios. Lemos porque faz bem ao intelecto, lemos porque algumas pessoas fazem o mesmo, lemos porque determinada circunstância nos obriga, e lemos para conhecermos o desconhecido que se encontra nas páginas de algum alfarrábio.

    Se a condição de ler fosse algo de importância somente para mim, creio que não valeria tanto a pena folhear algumas páginas de algum compêndio. Monteiro Lobato foi um craque na arte de incentivar a sociedade a ler, especialmente os adultos, posteriormente vindo às leituras infantis e pedagógicas. Quem não se encantou com o Sítio do Picapau Amarelo. Lobato percebia que as antigas editoras só se importavam com clássicos, o que o conduziu a fazer diferente, investir em publicações infantis.

    Pelos exemplos na educação dos meus dois filhos, posso perceber quando eles me procuram para alguma dúvida, dizem logo: “painho, a professora mandou ler e dizer o que eu entendi”...Imediatamente pergunto: ‘por que é importante entender o que a professora pediu!”. Diz logo sem titubear : “é importante para aprender a escrever e conhecer, pra tirar boas notas”.

    O ato da leitura, especialmente nas séries iniciais é algo que depende muito do entusiasmo que a professora provoca nos alunos, a curiosidade, o desejo pelo desconhecido e a superação dos desafios existentes na leitura. Quando a criança aprende a ler ela descobre um novo mundo, inexistente até então em seu imaginário.

    No ano de 2006 pude participar de um projeto maravilhoso desenvolvido pelo Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, logo no início da criação das escolas de referências. O título do projeto foi “Ciclo de Leitura”. No aprender a aprender, os estudantes por turma escolhiam um autor, e no dia do ciclo de leitura falavam sobre o que leram e entenderam da obra escolhida. Todos liam a mesma obra e o ciclo se transformava num grande debate, cheio de satisfação e prazer. Os que tinham entendido melhor ensinavam aos que pouco tinham entendido dessa forma o habito de ler se transformou em vício.

    "Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo."
    - Pedagogia do Oprimido. 9 ed., Rio de Janeiro. Editora Paz e Terra. 1981, p.79

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  2. É muito bom saber que outros compartilham de nossas verdades, prezado Marcondes Calazans. Esta é minha verdade e vejo-a partilhada no projeto “Ciclo de Leitura”, no qual (conforme você afirma) a turma escolhia um autor e, no dia do ciclo de leitura, todos os estudantes falavam sobre o que leram e entenderam da obra escolhida.

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  3. Creio que para a criança pegar gosto pela leitura não deva ser algo imposto. O professor pode mostrar uma variedade de títulos, e deixar a criança escolher o que a agradou. Deste modo será uma leitura livre, caso isso não ocorra e for uma leitura impositiva, corre-se o risco de uma amputação cultural para a criança.

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  4. O PROFESSOR É QUE TEM AS FERRAMENTAS, É O CONDUTOR QUE CONDUZ O ALUNO(A) PARA O CONHECIMENTO, ESTIMULANDO SUA CAPACIDADE DE SENTIR VONTADE DE LER, SEJA ELE INICIANTE OU NÃO. MAS, PRA ISSO VIR OCORRER PERFEITAMENTE HAVERÁ A ESCOLHA DO ALUNO(A). COMO FALA NO TEXTO A LIBERDADE SER RESPEITADA.

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  5. Acredito que toda educação começa em casa,assim também como o hábito da leitura;pais que leem para os filhos incentivam o gosto pela leitura.Na escola,acredito que todas devem exigir e estimular a leitura mas sem definir padrões, tendo em vista que toda leitura é válida,desde as historias em quadrinho até a literatura;mas se a leitura torna-se algo obrigatório,do tipo:"Você tem o e torna-se enfadonho e mera obrigação.

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  6. A leitura tem infinitos benefícios, entre eles, o de transformar o leitor em agente do conhecimento. Como disse Albert Einstein, “A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.” Se isso é verdade, por que se ler tão pouco no Brasil? Primeiro, porque os que não leem não sabem o verdadeiro valor da leitura; segundo, os livros são muito caros; e por último, não se desenvolveu a cultura de ler, na escola brasileira. Como os professores não aprenderam a ler por prazer (quando eram alunos), hoje, têm dificuldade de imprimir esta prática que não é de sua natureza.

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    1. Sabemos que a mente de uma criança pode ser comparada a um HD de um novo computador, pois praticamente está zerado de informações e conhecimentos, visto isso temos alguns parâmetros, que podemos analisar... Todas as crianças tem por natureza o instinto da curiosidade intrinsecamente em seu ser, quando lhe são apresentadas as devidas informações é criado, dentro de cada uma, um arquivo no qual podemos chamar de arquivo pessoal de conhecimentos, e quando este arquivo pessoal começa a ser carregado de informações, começamos a criar uma pessoa que terá um caráter dependendo do tipo de informações que será submetida, será de boa ou ma índole e, no momento em que a criança é apresentada à Literatura a vida dela se transformará num mundo de fantasias,cheio de formas, cores e mundos totalmente diferentes... Os pais e os professores quando estimulam uma criança a ler, por mais simples que seja a leitura, transformará a vida deste ser em formação... Toda a leitura é válida para as crianças desde que respeite o nível de conhecimento de cada uma. Todos nós, pais ou não pais,deveríamos sempre pensar que aquela criança que está ali em casa ou na sua escolinha, amanhã ou depois será um grande profissional devido ao vasto conhecimento não apenas de literatura,mas de todas as informações que as mesmas adquirirem ao longo da vida, informações estas que lhes permitirão ter um mundo de novas possibilidades e oportunidades... E isto só será possível se existir uma parceria entre a escola e a família, onde cada um faça a sua parte,para que estes pequenos seres indefesos possam se desenvolver e se tornarem grandes pessoas,críticas,autônomas e conhecedoras de se seus direitos e deveres... Só se constrói um país bom de se viver quando é oferecido a todos,sem exceção, direitos iguais e quando a educação é prioridade de todos os dias e não apenas em época de campanha eleitoral. E nossas crianças representam a nossa esperança em um futuro melhor,cheio de oportunidades e vida digna para todos. Por fim todas as crianças, em todos os lugares do mundo, desde a tenra idade deveriam sempre ter e poder desfrutar de uma boa leitura. Aluno : Reinaldo Rua de lima Junior II Período de Letras Professor : Ademmauro Gomes

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    2. Parabéns, "guri", pela excelente abordagem.
      Um abraço.

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  7. Maria Nayara Gomes da Silva18 de setembro de 2014 às 15:26

    A prática da leitura está cada vez mais diminuindo. Cabe aos pais estimular os filhos desde cedo ao hábito da leitura, contando histórias e também se encarregando de apresentar os livros a criança. Na escola os professores devem orientar e buscar maneiras de incentivar essa prática oferecendo bibliotecas e salas de leitura e tornando o ato de ler prazeroso e não através da obrigatoriedade, se deve mostrar a importância da leitura para a aprendizagem e conhecimento do aluno.

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  8. Creio que o artigo “O gosto pela leitura”, de Antonio Barbosa*, possa ser de significativa importância para a ampliação dos comentários sobre meu texto “A formação do leitor literário na escola”. Ei-lo:

    Felicíssimo o artigo do escritor Roberto de Queiroz, 'A formação do leitor literário na escola' (Diario, 02.09.14). Ele escreveu: "(...) defendo a ideia de que a leitura de textos literários na escola pode ser uma leitura sem amarras (uma leitura que seduz e encanta o leitor e induz ao gostar de ler), mas a mediação do professor desempenha um papel fundamental na realização desse processo". E mais: "(...) o espaço escolar é o lugar da experimentação e esta se dá à medida que o aluno é desafiado a ler textos (...); a escola precisa mostrar aos alunos a importância da leitura e o conhecimento dos aspectos que a envolvem, além de apresentar, de forma qualificada, textos (...) sob o olhar atento e orientador de um professor-leitor".

    Esses entrechos acima foram pinçados do artigo do escritor Roberto de Queiroz, e serve as nossas reflexões por dois motivos principais. O 1º; há uma preocupação no reino do MEC quanto ao elevado número de jovens analfabetos funcionais: leem, mas não sabem interpretar o que leram. O 2º; o envolvimento do professor é fundamental para que o aluno tenha um interesse (maior) pela leitura a partir da sala de aula. O enunciado, aliás, me diz muito de perto, por ter aprendido a gostar de ler através do ex-professor Marcos Vilaça quando ginasiano. Ele nos estimulava, citando autores, nacionais e internacionais e, teatralizou o júri simulado de Dreyfus, como prática de interpretação e desinibição. Na faculdade o saudoso professor Marcos de Barros Freire fazia com que lêssemos os editoriais e artigos de opinião dos nossos jornais, que nos poria antenados com os acontecimentos importantes da política, dos negócios, das artes, etc.

    Destarte, nesse espaço que o Diario nos concede, já dei alguns exemplos de adolescentes que tornaram-se escritores, como foi o caso de Felipe (17 anos), que escreveu o romance "Desejos Obscuros" e de Kaline Felix (16 anos) que escreveu "Eu Odeio Amar Você" e, de João Vitor (13 anos), que está terminando um livro de contos ainda sem título (ver; "Os escritores adolescentes e a presidenta", Diario de 12.07.2013). Os dois primeiros alunos citados estudam no Centro de Ensino Supletivo do Sesi/Centro, e o último, na Unidade Roberto Egídio de Azevedo.

    * Antonio Barbosa é diretor regional do Sesi/PE
    (Artigo publicado no Diario de Pernambuco, 12/09/2014, Opinião, p. A8)

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  9. sabemos que os primeiros contatos que a criança tem com a educação vem de casa, cabe aos pais estimular o mesmo ao hábito de leitura. já na escola, acredito que o docente deve estimular e exigir o educando através das histórias em quadrinho, a literatura onde o mesmo vai viajar, se emocionar, dar risada, e descobrir outros mundo. Ariely Oliveira Rodrigues

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  10. Claro que o professor deve ser apenas um mediador, não impositor, sugerindo quais obras o aluno pode ler. Foi muito feliz Tatiana ao afirmar que "o leitor é livre", e tal liberdade só acontece quando o leitor entra em contato com um texto, que até o professor, desconheça. Por outro lado, se todos leem um texto que o professor intimou, ao contrário de indicação, tal leitura será enfadonha e sem estímulo. Calvino não foi muito bem ao afirmar que textos devem passar pelo critério de qualidade do professor. Somos diferentes e por tal razão, uma leitura pode agradar determinada pessoa, outra pode. não sentir nada, daí não respeitar essa individualidade, é assustar e criar no leitor uma amputação da cultura da leitura. Nesse sentido, salienta-se o apoio do professor na indicação, nunca na imposição do texto ou obra.

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  11. Ler vai muito além de um simples dever escolar. Quando alguém começa a ler e gosta da leitura ele se sente livre e o seu gosto pela leitura só vai aumentando. Estimular as crianças a ler não é uma tarefa fácil, pois como disse a escritora Tatiana Belinky "há coisas que não se manda fazer, elas acontecem". Como na leitura.
    Quando os professores usam as ferramentas certas para conduzir os alunos no "caminho" da leitura, eles se sentem mais a vontade e o desejo de ler aumenta, de forma que eles se sentem livres para escolher o que ler de maneira consciente.
    Para os alunos iniciantes na leitura é muito importante a orientação de um professor para que a leitura realmente aconteça e que aos poucos os alunos deixem de ler apenas nas escolas e passem a ler no seu dia a dia e no seu tempo livre.

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  12. Sabemos que a leitura é a fonte fundamental para se obter o conhecimento,é a ação de ler algo,um testemunho oral da palavra escrita em vários idiomas,como descreve Maria Helena Martins,''quando se diz que uma pessoa gosta de ler,vive lindo,talvez seja rata de biblioteca ou consumidor de romances,cronicas,poemas e historia em quadrinhos''. Mas para uma criança pegar gosto pela leitura literária,não pode ser algo imposto.Mas a quem cabe a formação do leito literário?Será a escola?O professor?Ou o próprio aluno?Este dialogo é analisado entre vários mestre como o professor e escrito Caio Riter que retoma suas memorias de criança,com base da sua formação como leitor. Portanto e obvio e licito que a leitura literária na sala de aula pode ser algo sem amarras,podendo facilitar a aprendizagem e o bom gosto aos textos,pois o meta mas indicado, e o modo do professor trabalhar,suas ferramentas,modos na qual venha estimular, a criança a ser induzir a leitura constante.No entanto esse processo tem que ser feito calmamente,começando pelo o ensino básico,porem com muito cuidado para não se torna enfadonho ou mera obrigação FÁBIO JOÃO

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  13. O verdadeiro leitor é aquele que lê com vontade, por gosto e prazer.
    Sabendo-se que cada leitor tem um gosto próprio, a escritora Tatiana Belinky ressalta: “O leitor é livre”, de forma que os docentes devem estimular os alunos a leem, mostrando o quanto isso nos seduz e trás conhecimento, mas não se pode fazer da leitura uma obrigatoriedade, pois ela deve ser algo que contente e faça o aluno sentir-se estimulado a buscar sempre mais obras.
    De maneira a deixar o ato de leitura influenciar o jeito de agir, pensar e até mesmo de falar. Lembrando que quem lê, escreve e se comunica bem.
    Como disse Sandro Costa: “A leitura é uma porta aberta para um mundo de descobertas sem fim”. Trazendo a reflexão de que só existem benefícios e aprendizados no mundo da leitura.

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  14. Atualmente, os leitores preferem textos curtos, como a crônica literária e o poema. Isso se deve ao uso dos meios eletrônicos de produção textual, como o Twitter e o Facebook. Mas o perfil pode variar, dependendo do incentivo que a escola dá a cada aluno. Qual é a diferença entre este leitor de hoje e o de antigamente? O que diferencia são as tantas formas de produção textual, de onde surgem também leitores diversos. Atualmente, há uma variedade muito grande de gêneros textuais, o que facilita a introdução de novos leitores no campo da comunicação escrita. Com certeza, é muito positivo, quando se oferecem novas oportunidades de escolhas dos gêneros textuais, através dos meios tecnológicos.

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  15. É de suma importância a leitura na escola e principalmente o incentivo do professor, que deve estimular os alunos a se tornarem bons leitores e mostrar para os mesmos os resultados que o conhecimento ao longo do tempo trará. Mas não é responsabilidade só da escola, é dever também dos pais, o primeiro contato da criança com o mundo da leitura é através da família. O aluno tem que buscar adquirir o hábito de ler e ler todos os tipos de textos, não por obrigação mas de forma espontânea, ele tem que se sentir livre para ler o que quiser, como diz o escritor italiano Italo Calvino “ler é um ato de liberdade". Um bom leitor ler por prazer.

    Thais Maria de Lima Silva

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  16. O bom leitor vem da infância. Uma criança que é incentivada pelos pais a aderir o hábito de ler, se torna cada dia mais interativa, inteligente e cultural. Quando não há influência em casa, é necessário um esforço por parte dos educadores e leitores mais experientes, não por uma questão de obrigação, mas por questão de formação literária e cultural, digna de uma educação de qualidade.
    É preciso também, um esforço da parte de cada dos novos leitores, pois não é todo e qualquer texto que se apresenta de forma interativa. Haverá momentos em que ele terá que se deparar com textos monótonos e sem perspectivas peculiares ao seu gosto literário. Entretanto, toda leitura é prazerosa quando se tem o hábito de ler.

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  17. O texto em tela faz alusão, conforme assevera seu titulo, à formação do leitor literário na escola. Destarte, nele se discute a leitura mediada por um profissional formado em Mediação de Leitura, Letras ou Pedagogia (profissionais ditos habilitados para esse fim). Sendo assim, a leitura orientada e realizada fora desse contexto, embora não seja contraindica, não é seu objeto de análise. Ademais, o texto em comento não afirma que a leitura deve ser algo imposto. Interpretá-lo dessa forma é um equívoco. Aborda-se ali a leitura como conteúdo em sala de aula. Desse modo, mostrar uma variedade de títulos e deixar o estudante escolher o que lhe agradou, embora seja uma forma de incentivar a leitura, não atende a esse objetivo, uma vez que não haverá mediação... Há livros que não despertarão o interesse do estudante, se não passarem pela indicação do professor. Creio que há uma confusão entre leitura livre e leitura desordenada (sem planejamento prévio). Ora, a indicação de livros ao estudante, cuja avaliação e planejamento fez-se previamente pelo professor, é amputação cultural? Crio que não: isso se chama aula de leitura. Enfim, trata-se de uma leitura que passou pelo critério de qualidade do professor e que, obviamente, atende a algum objetivo, cuja realização se faz necessária...

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