Romilda Andrade/FAMASUL (Jaqueira-PE)
Romilda Andrade |
Recentemente, li em uma revista a seguinte epígrafe de um escritor
Britânico (Lewis Carrol): “Quando eu uso uma palavra, "Humpty",
"Dumpty" (disse em um tom tanto formal), isto significa que eu
escolho o que ela significa."
Sem nenhuma intencionalidade, me ocorreu naquele momento a resposta que
eu tanto esperava a respeito da poética vitalina. Evidentemente, esta resposta
não foi o caminho para entendê-lo, mesmo porque me recuso a isto, uma vez que o
próprio poeta afirma que “se o leitor me entende, me derrota". Na
realidade, Vital é sábio ao proferir essas palavras. No fundo, ele sabe que seus
poemas são enigmáticos, o que ao torna ainda mais encantadores, e a busca para
decifrá-los, segundo Diógenes, "é o complexo para pessoas
inteligentes", aquilo que é contrário a poesias traduzíveis, cuja
finalidade não passa de uma alienação para seus leitores.
Mas, voltemos à epígrafe. Descobri então que a beleza de ler Vital não
se resumi às definições ou a significação das palavras. É, na realidade, uma
tentativa de transformar a razão em sentidos, sob diferentes pontos de vistas; é
o momento único e subjetivo entre o "objeto"(poesia) e a pessoa
(apreciador), e entende-se por absoluto algo completo (poesia absoluta). Portanto,
não há o que questionar.
Para findar este pensamento, gostaria de citar algo que me chamou a
atenção! NÉSTOGAS! Deixemos de lado as definições que aqui
pouco importam, mas nos preocupemos com as sensações! O que Néstogas te causam? Para uma apreciadora da literatura, chegou a ter
um "sabor doce". Eis, porém, que chegamos involuntariamente à
finalidade da poesia absoluta: Você é quem decide o que a palavra te diz, certo
de que ela é totalmente desprovida de qualquer definição própria. Ratifico aqui
as palavras do escritor britânico, o qual tomei como ponto de partida para esta
reflexão, "Isto significa que eu escolho o que a palavra significa".
ADENDO:
A poesia absoluta nos remete a algo indefinível,
que não se baseia em significações para existir. Sua natureza já traz consigo
uma acepção subjetiva, que, partindo das sensações, pode-se identificar o
“lugar” que nos leva à palavra. Eis então que surge o
caminho... para onde nos levarão Néstogas!? – R.A.
Prezada Romilda, sou um alucinado por Língua Inglesa vejo o modo de como o autor falou de um outro jeito, pois as duas palavras não tem uma tradução literal, portanto ele escolhe o seu significado, e sim comparar com a poesia de Vital por este caminho teríamos uma nova visão de interpretação da poesia absoluta, porque Vital busca o enigmático dentro de suas poesias, porém com um sentido, sentido este que ficamos loucos para descobrir e ainda nada. Bem este é meu ponto de vista, mas aplaudo seu texto, pois fez uma colocação muito boa!
ResponderExcluirCaro Douglas, entendi perfeitamente o seu ponto de vista, no entanto, devo retificar aqui que quando mencionei o escritor Britânico, não foi para compará-lo ao poeta Vital Corrêa, mesmo porque desconheço qualquer trabalho que ele (o escritor) tenha feito. Também não foi para estudar as palavras "Humpty", "Dumpty" que o citei.
ResponderExcluirNa realidade, o que me fez lembrar da poética Vitalina, foi a afirmação seguinte: " Isto significa que eu escolho o que a palavra significa". (as palavras "Humpty", "Dumpty" apenas faziam parte do contexto).
Foi com está frase que tomei à liberdade de reconhecer que na poeisa de Vital não é diferente! Se ela é enigmática , e sua "tradução" ocorre conforme a percepção (sensação) de cada um, logo escolheremos o que ela significará (a palavra).
Não é "mais uma interpretação da poesia absoluta", como tenha pensado! é, na verdade, uma tentativa de justificar o fato desta poesia (Vitalina) não apresentar nenhuma definição exata a palavra, eis o motivo pelo qual me basei na frase..
Desse modo, espero ter esclarecido o equívoco!
Agradecida pelos seus comentários... (Romilda Andrade).