- Admmauro
Gommes
Um dos casos mais frequentes
que ele gosta de contar é que tem uma botija de ouro fino dentro de seu quarto.
Esta fortuna já foi dada a alguém certa vez. Um dia, dona Filó sonhou que
estava escondida uma botija de pedras preciosas aqui dentro de casa, bem no meu
quarto, diz Ricardo, com um sorriso dourado.
Na hora combinada para retirar o tesouro,
estavam presentes Seu Eurico do
Bar, seu Marinho Retratista e seu João Tavares. Cada um mais medroso que o outro. De
repente, se ouviram passos descendo pela escada e os três amigos se arrepiaram
do pé a cabeça: toc... toc... toc... paft! Silêncio profundo. E... strambract!
Jogaram um pedaço de tijolo “deste tamanho” que passou raspando a cabeça de seu Eurico e estambocou a parede, bem naquela
parte ali, aponta Ricardo. O Candeeiro que seu
João Tavares levava na mão, se
espatifou no chão. Foi um ai-ai-ai tão grande que acredito que ainda em hoje
tem gente correndo com medo da alma penada que jogou a lapa de tijolo na parede.
Pronto! Perderam a empeleitada. Para esses, não
terá mais oportunidade. Mas se vocês sonharem e tiverem a sorte de alguém lhes
escolher para retirar a botija, pode vir na minha casa que eu autorizo a
retirá-la. Aliás, como sou prevenido, já tenho reservado um punhado de cerâmica
para depois tapar o buraco. Mas tem um porém: quem conseguir resgatar todo o
tesouro deve mudar-se imediatamente, na mesma noite, desta cidade.
Aí eu perguntei:
Oh! Ricardo, por que você não arranca esta botija e fica pra você mesmo, já que
ela está dentro da sua casa?
Ele me respondeu:
- É que eu gosto tanto de Jaqueira que nenhum
tesouro me faz arredar o pé deste lugar.
Palmares, 7 de fevereiro de 2014.
Muito interessante este fato! Confesso conhecer os personagens, mas a história eu desconhecia, não sou tão fiel a cidade quanto o nosso intelecto Ricardo Guerra, no entanto, devo admitir que este fez a escolha certa.
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