CHUVA (Cida
Vilas Boas)
Gosto
tanto da chuva quando cai
tanto
quanto meu amor por poesias
e esta
chuva me fez
enxugar
grossas lágrimas
que
teimosamente caem de meus olhos
como as
gotas da chuva que caem lá fora
tão
serena, tão suave, tão mansinha
que dá
vontade de dançar no quintal
e
misturar água doce da chuva
com
água salgada de meus olhos
formando
mistura gostosa
de
ternura com saudade!
CHUVAS E ESTIAGENS (Admmauro Gommes)
Para
Cida Vilas Boas
A nossa
vida é feita de temporadas de chuva e dias de sol
lágrimas
e sequidões nos olhos cansados de espera.
Dançar na
chuva é limpar-se das nódoas dos dias
enquanto
a água lava e leva recordações doentias.
A
ternura pode ser um dia de sol
ou
nuvens carregadas de desilusões.
Quando
a chuva cai dos olhos
é
porque o coração percebeu que o tempo das flores
ressecou
com a chegada do verão
mas um
céu sem nuvens também nos assusta
e
tememos que a seca se prolongue
na
época de plantar desejos.
Também
“Gosto tanto da chuva quando cai”
porque
a bonança se apresenta como esperança
dentro
de mim.
Se não
chovi nos últimos meses
desculpe-me
pelas nuvens vazias
pois eu
pretendia ser inundação em trovoadas.
Como o assunto é chuva, resolvi deixar alguns versos de alguém que chove com frequência:
ResponderExcluirPara regar esse meu amor
internamente chovo e tempestuo
contradigo as andorinhas
e faço um verão sozinha.
Um abraço de Sylvia Betrão.
ESTOU CHOVENDO E TEMPESTUANDO
ResponderExcluirDizem que é primavera
por que será que eu chovo?
ah, quem me dera
ver flores e sua aquarela.
Espinhos em evidência
rosas em carência
folhas secas bailando
aqui no meu castanho.
Ypê roxo não, preto!
Olho e não me convenço
não há primavera
em minha interna janela.
Eu fico aqui nublando...
Chovendo...
Tempestuando...
Geando...
Tudo, menos florando.
Eu deveria estar primaverando
Mas estou invernando.
A dúvida em forma de galho
flores de cascalho
Brotando, queimando...
Estação das flores
ou das dores?
(Sylvia Beltrão)