Sylvia Beltrão - São José da Coroa Grande/PE
“Quantas horas de seu dia e de suas noites são
consumidas para preparar jornais, seminários, palestras; quantos passeios e
diversões foram trocados para transmitir a nós, aquilo que é para você um
alimento de sua alma?”.
Começo logo confessando que
essas palavras não são minhas, mas eu concordo com cada uma delas. São da
poetisa Cida (falando sobre a genialidade de Admmauro Gommes e o sucesso de seu
blog). Eu também já me questionei várias vezes com essas mesmas perguntas. Esse
blog é para mim um “livro mágico”, estudo ele mesmo! Os motivos são simples:
Admmauro joga poucas palavras aqui, e eu acho o máximo.
Cida sempre vem com uma
sensibilidade ímpar e consegue me encantar (gostaria de conhecê-la
pessoalmente). Calazans é um fenômeno! Quando ele começa com seus: “Em um certo
dia, em um certo lugar...” eu já começo a viajar, e depois do término da
leitura, ainda demoro para voltar da tal viagem. Os textos dele brilham: “Eu
sei, eu só sei que é assim!”. A sensação não foi diferente quando eu li o
artigo dele sobre Ariano.
Para completar o time, chegou
Katu como mais um personagem do livro mágico. Eu sou suspeita a falar porque já
recebi desse cordelista querido, o título de “katuete nº 1”, e fiquei toda
prosa quando soube que tentaram roubar meu título e ele não deixou. Eu já sabia
que Katu teve o privilégio de conversar com Ariano, então quando eu vi as
homenagens a este mestre, aqui no blog, decidi “katucar” Katu: “Ei rapaz,
visita o blog de Admmauro, dá uma lida no artigo de Calazans e deixa teu
comentário por lá... Arrebenta, Katu!”. Fiquei na expectativa. Eu tinha certeza
que esse cordelista não decepcionaria sua katuete. Ele seguiu meu conselho e
arrebentou! Comecei a ler seus versos e lembrei de Fernando Pessoa quando
metralhou: “O poeta é um fingidor / finge tão completamente / que chega a
fingir que é dor / a dor que deveras sente”.
Katu não fingiu, nem pouco nem
completamente, nem fingiu que era dor a dor que deveras sente. Seus versos
foram extremamente verdadeiros e deveras emocionantes. Preciso provar? É sempre
bom, não é mesmo? Vamos lá: ”Não posso demorar mais / Por causa dos olhos meus
/ Que lamentam a partida / Desse gênio que morreu / Durma em paz pernambucano /
Paraibano Ariano / Grande poeta, adeus!”.
Sylvia Beltrão |
Katu me provou que não é um
poeta fingidor e é a exceção da regra de Pessoa. A dor que Katu sente, também
estamos sentindo. Busquei minha avó Sílvia Reis, que tem pouco estudo, mas
ficou profundamente triste quando soube da morte de Ariano. Li os versos de
Katu para ela e perguntei: “A senhora acredita que este poeta fingiu ao falar
sobre Ariano?”. Ela me respondeu com toda a certeza que havia nela: “Fingiu
não! Gostei disso aí, quem escreveu?”.
Comprovando a minha tese: Não
precisa ser letrado e nem tampouco poeta, para sentir a veracidade desses versos.
Basta apenas ter um pouco de Ariano em si. E isso, cada um de nós temos, com
certeza. Concordei com quase todos, só discordei de Fernando Pessoa...
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De São Paulo, Cida Vilas Boas (31.7.14)
Meu grande e querido amigo Admmauro Gommes:
Qdo abro minha caixa de e-mails e vejo que tem
algo seu ou do Professor Wilson, a curiosidade me aguça tanto que me direciono
imediatamente a ele.
Imagina então, eu me deparar hoje com três
mensagens suas. E de gorjeta uma de Wilson mostrando-me seu elogio ao poema que
lhe mandou. Ri de mim mesma (é verdade, eu rio muito de mim mesma, até das
confusões e esquecimentos que meus netos chamam de caduquice, e talvez
sejam mesmo).
Li com muita atenção o post de Sylvia Beltrão
onde ela gentilmente me inclui em seu requintado texto. Ela é genial para
dizer o mínimo. Com que sutileza engrandeceu a memória de Ariano Suassuna e ainda
dando destaque à opinião de sua vovozinha, que deve ser uma sábia.
Com grande veracidade, o poeta Paulo Katu cognominou-a
de Katuete N° 1. Tem ela toda razão por sentir seu ego explodir dentro do
peito. Ariano Suassuna deve estar com olhares lacrimosos por ver seu trabalho
tão maravilhosamente admirado e reconhecido. Que Deus o tenha em sua
mansão divina.
Queira, por favor, parabenizá-la por mim.
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De Palmares (PE), Marcondes Calazans (31.7.14)
SYLVIA:
O texto da Sylvia, uma mágica na forma de muitas vezes juntar o aparentemente complexo, torna o fato tão simples, tão saboroso de saber, ler pureza absoluta de suas palavras.
O texto da Sylvia, uma mágica na forma de muitas vezes juntar o aparentemente complexo, torna o fato tão simples, tão saboroso de saber, ler pureza absoluta de suas palavras.
Os retratos colocados acima do texto da Sylvia, com o Ariano com o dedo na boca extremamente interrogativo faz-me imaginar o que se passava por sua reflexão, tudo quanto foi escrito sobre ele no blog literatura que, talvez nem soubesse que existia, e de forma mágica, a partir do seu encantamento descobriu existir.
O blog literatura é uma grande terapia para quem ama a boa, suave e regeneradora leitura. O Admmauro é um mágico na arte de organizar as coisas, especialmente quando faltam as vírgulas, os pontos e as reticências. Nasceu para nos dar o prazer na certeza de que existimos. Seu (nosso) blog é esse bálsamo “benigno” a provocar muitas vezes o intelecto de quem pensava não tê-lo, não existir pelas limitações no uso da norma culta no ato de escrever.
E o texto da Sylvia que é a pauta do que estou tentando falar! Genialidade de quem fez escola nas aulas da generosidade e da arte de bem definir o outro no limite da descrença de quem nunca se imaginou como ela escreve.
O Katu é do tipo de cordelista profundamente diferente dos cordéis que já li por esse mundo afora. Ele nos desobriga o que é comum muitas vezes nos versos que criam os outros ao inventarem suas histórias. Katu não brinca com a verdade existente em cada palavra que escreve nos joga no real muitas vezes nostálgico dos fatos que produz com profunda cordialidade. Maravilhoso o que escreveu sobre Ariano, sinergia pura. Concordo com Sylvia quando afirma:
“Katu não fingiu, nem pouco nem completamente,
nem fingiu que era dor a dor que deveras sente. Seus versos foram extremamente
verdadeiros e deveras emocionantes.”
É isso que estou tentando dizer, seus versos não foram uma invenção do imaginário do poeta que busca em sua imaginação os motivos de sua inspiração. Ele falou com a própria alma, essência, e é isso que o torna diferente dos demais.
Intrépida e perspicaz poetiza Sylvia, magnífico texto, pois as citações quando menciona a poetiza Cida, nos joga na impressão que por mais distante que ela esteja na geografia desse imenso país, juntinha de cada um de nós se encontra na interconexão espiritual que nos une, prova que não há distância quando o tema é poesia, é verso, e prosa.
Quão maravilhosa é a existência de vocês em minha vida!
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Do Brasil, poeta Paulo Katu
REVELAÇÃO
Pois é,
Marcondes. Se eu fosse culto como és, o que se manifesta nessa linda poesia
sua, também poderia descrever com justiça a poetiza Sylvia Beltrão, mas mesmo
desse estado leigo que me encontro, digo que poucas pessoas conseguem fazer uso
das palavras como Sylvia, ela verdadeiramente SE REVELA.
Quanto
a você, Cida, fique sabendo que essa "caduquice" é um privilégio de
poucos. Prouvera Deus que fôssemos agraciados com mais um "punhado"
dessas caducas que escrevem divinamente. Isso transformaria esse mundo bem
melhor para vivermos.
Ela responde
Estou
muito emocionada com os adjetivos fortes que vocês me deram. São presentes que
levarei sempre comigo. Passei uns dias pensando em como agradecê-los e entrei
no blog justamente para confessar que fracassei.
Não
encontrei definição para o tamanho dessa emoção. Acredito que senti exatamente
o que sentiu um dos jogadores da Alemanha na final da copa do mundo.
Perdoem-me, não sei o nome dele, mas lembro com tamanha precisão das palavras
que ele utilizou para definir seu êxtase: “Quando eu não consigo encontrar
palavras para definir o que sinto, é porque o momento é extraordinário”.
Volto a
concordar com Calazans: “Quão maravilhosa é a existência de vocês em minha
vida!”. Muito obrigada mesmo!
Um
abraço poético de Sylvia Beltrão!
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SILVIA
ResponderExcluirO texto da Silvia, uma mágica na forma de muitas vezes juntar o aparentemente complexo, torna o fato tão simples, tão saboroso de saber, ler pureza absoluta de suas palavras.
Os retratos colocados acima do texto da Silvia, com o Ariano com o dedo na boca extremamente interrogativo faz-me imaginar o que se passava por sua reflexão, tudo quanto foi escrito sobre ele no blog literatura que, talvez nem soubesse que existia, e de forma mágica, a partir do seu encantamento descobriu existir.
O blog literatura é uma grande terapia para quem ama a boa, suave e regeneradora leitura. O Admmauro é um mágico na arte de organizar as coisas, especialmente quando faltam as vírgulas, os pontos e as reticências. Nasceu para nos dar o prazer na certeza de que existimos. Seu (nosso) blog é esse bálsamo “benigno” a provocar muitas vezes o intelecto de quem pensava não tê-lo, não existir pelas limitações no uso da norma culta no ato de escrever.
E o texto da Silva que é a pauta do que estou tentando falar! Genialidade de quem fez escola nas aulas da generosidade e da arte de bem definir o outro no limite da descrença de quem nunca se imaginou como ela escreve.
O Katu é do tipo de cordelista profundamente diferente dos cordéis que já li por esse mundo afora. Ele nos desobriga o que é comum muitas vezes nos versos que criam os outros ao inventarem suas histórias. Katu não brinca com a verdade existente em cada palavra que escreve nos joga no real muitas vezes nostálgico dos fotos que produz com profunda cordialidade. Maravilhoso o que escreveu sobre Ariano, sinergia pura. Concordo com Silvia quando afirma:
“Katu não fingiu, nem pouco nem completamente, nem fingiu que era dor a dor que deveras sente. Seus versos foram extremamente verdadeiros e deveras emocionantes.”
É isso que estou tentando dizer, seus versos não foram uma invenção do imaginário do poeta que busca em sua imaginação os motivos de sua inspiração. Ele falou com a própria alma, essência, e é isso que o torna diferente dos demais.
Intrépida e perspicaz poetiza Silvia, magnífico texto, pois as citações quando menciona a poetiza Cida, nos joga na impressão que por mais distante que ela esteja na geografia desse imenso país, juntinha de cada um de nós se encontra na interconexão espiritual que nos une, prova que não há distância quando o tema é poesia, é verso, e prosa.
Quão maravilhosa é a existência de vocês em minha vida!
Pois é Marcondes se eu fosse culto como és, o que se manifesta nessa linda poesia sua, também poderia descrever com justiça a poetiza Sylvia Beltrão, mas mesmo desse estado leigo que me encontro, digo que poucas pessoas conseguem fazer uso das palavras como Sylvia, ela verdadeiramente SE REVELA.
ResponderExcluirQuanto a você Cida, fique sabendo que essa "caduquice" é um privilégio de poucos, prouvera Deus que fôssemos agraciados com mais um "punhado" dessas caducas que escrevem divinamente, isso transformaria esse mundo bem melhor para vivermos.
Estou muito emocionada com os adjetivos fortes que vocês me deram. São presentes que levarei sempre comigo. Passei uns dias pensando em como agradecê-los e entrei no blog justamente para confessar que fracassei. Não encontrei definição para o tamanho dessa emoção. Acredito que senti exatamente o que sentiu um dos jogadores da Alemanha na final da copa do mundo. Perdoem-me, não sei o nome dele, mas lembro com tamanha precisão das palavras que ele utilizou para definir seu êxtase: “Quando eu não consigo encontrar palavras para definir o que sinto, é porque o momento é extraordinário”. Volto a concordar com Calazans: “Quão maravilhosa é a existência de vocês em minha vida!”. Muito obrigada mesmo!
ResponderExcluirUm abraço poético de Sylvia Beltrão!