25 de novembro de 2012

KATU NA FAMASUL

Paulo Katu

O poeta cordelista Paulo Katu de Sirinhaém visitou a FAMASUL (23.11.12). Na ocasião, recitou versos e falou da técnica de sua produção poética. Isso aconteceu dentro da aula de Teoria da Literatura I, do Professor Admmauro Gommes. Esteve presente também o Professor Wilson Santos. Katu foi muito aplaudido.




Fragmentos de
BRASIL: COLÔNIA, IMPÉRIO E REPÚBLICA (Paulo Katu)

Desta história do Brasil
Muito temos que contar
O progresso, no entanto
Deixa muito a desejar,
Deus abastou-nos de tudo
Só falta administrar.
(...)
Na colônia no início
Barbáries aconteceram,
Atiraram em nossos índios
Muitos deles faleceram,
Os que seguiam com vida
Invejavam os que morreram.
(...)
 

8 comentários:


  1. Paulo Katu com sua poesia de cordel tem mostrado para muitos, que não basta ser um letrado para produzir poesia, mais que precisa- se da técnica, coisa que conhece e que faz com perfeição. Fazendo com que essa arte regional se iguale ao mesmo nível dos grandes poetas conhecidos nacionalmente.

    Por: Vanessa Paula. V periodo de Letras

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  2. Concordo com as palavras de Vanessa, realmente Paulo é um mestre na arte de produzir cordéis e o faz com grande perfeição. Suas obras não se resumem apenas a sua cidade local, mas já percorreu muitas outras cidades e também outros estados, fazendo com que o cultura sirinhaense seja conhecida por diversas outras pessoas.

    Tamiris Manuela. V Período de Letras.

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  3. Admmauro, posto aqui um poema para que analise:

    Meu verso

    Um verso
    É o avesso
    Do meu inverso
    Sem nenhum universo
    Nesse transverso
    Revesso
    Tão diverso
    Imerso
    Em olhares controversos.

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    1. Quem poderia analisar esses versos, com mais propriedade, seria Caetano Veloso, que confundiu-nos em Sampa: “Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso.” Mas, enquanto ele não vê o seu “Verso”, vamos lá!... Um verso deve ser o avesso de tudo. Primeiro, porque usa uma linguagem diferente, um ritmo novo, surpreendente, naturalmente inverso. Depois, não se precisa de nenhum universo para compor, basta querer, tendo técnica. Reversa-se tão diversamente porque “não há limites para se fazer livros,” disse Salomão (eu digo versos) pois imenso é o mundo da imaginação. Embora o incauto nos olhe com olhares controversos, seguiremos em frente, pois o verso é maior que o universo. Bandeira também lamentou: “Meu verso é sangue / volúpia ardente/ tristeza esparsa/ remorso vão.” Ele poderia ter dito muito mais, mesmo assim, seria controverso, quando o verso é tudo e ao mesmo tempo, nada. Qualquer verso é transverso, meu caro Neilton. Por isso, eis a grandeza de um poeta: falar a todas as gerações com apenas um único verso. Este já estava contigo há muito tempo, de um jeito diferente: imerso. Assim, sempre foste poeta, imensamente.

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  4. Gostaria de que fizesse uma crítica a esse poema.


    Um mar dentro de mim

    Esse vácuo
    Inóspito
    Que me arremata
    Mata
    Arrasa-me
    Abrasa-me
    Sem sombras
    Ondas
    Dores
    Temores
    Esse mar
    De amar
    Dentro de mim
    Sem fim
    Esse vácuo

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  5. Sátira a Pessoa

    Será que é dor
    Essa dor que o poeta sente?
    Ou ele mente completamente?
    E finge que é dor
    Uma dor que nunca sente?

    Se é fingidor
    não é poeta
    é um ator
    Por fingir tão bem
    Que o leitor acredita ser dor
    Uma dor que ele não tem.

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  6. São Paulo, uma cidade na qualquer

    A Drummond

    Prédios em cima de prédios
    Homens, mulheres, meninos e cachorros
    Nada de cantar amor em pomar
    Todos correm sem parar
    Cachorros que correm
    Burro aqui não tem
    A não ser os homens que correm
    Mas aqui as persianas olham também
    Eta corre-corre desgraçado homem.

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    1. Muito bom!

      Quem mandou Drummond criticar sua cidadezinha??!

      O bom na literatura é isso: não importa a distância, nem o tempo que separa um poeta de outro, a intertextualidade sempre é possível.

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