12 de maio de 2022

NÃO ESPERE O FINAL DO JOGO PARA COMEMORAR


 Admmauro Gommes

Tem gente que guarda toda emoção para externar quando sair o resultado final de um campeonato. Fica roendo as unhas, o tempo todo, e perde de vibrar com mais intensidade nos lances principais.

No entanto, se esquece que qualquer partida é uma oportunidade para se festejar, cada perigo de gol, cada defesa espetacular do goleiro é razão para extravasar emoção. Um cruzamento inesperado, uma bola que bate na trave é motivo para que o coração dispare em contentamento.

Um gol contra deve renovar nossas forças, indicando que é hora de partir para cima e interferir no placar. Se nos tiram um dos nossos, por cartão vermelho, mudemos de tática. Ainda tem jogo!

A nossa existência é feita de momentos, nem sempre ensaiados e executados com perfeição, lances aparentemente simples podem desencadear imensas gargalhadas, extravasar sentimentos e contagiar o estádio. É que a expectativa da torcida elétrica nos acende a flâmula de sermos campeões. Estar vivos é certeza que estamos participando, ainda, das jogadas e isso merece comemoração. Festeje mais (principalmente no primeiro tempo). 

Como se diz por aí, a vida é feita de altos e baixos. Por isso, vive mais feliz quem comemora cada instante, levanta a bandeira mais vezes em insana euforia, em incompreendida satisfação porque o resultado final não nos pertence, mas a alegria dos dribles, da marcação dos pênaltis e do grito de gol, isso sim, está incluso no ingresso que pagamos.

Depois do apito final, talvez, só exista 'zueira'.


1 de outubro de 2021

MUNICÍPIO DE XEXÉU

1º de outubro de 2022

31 ANOS DE EMANCIPAÇÃO POLÍTICA

BANDEIRA DE XEXÉU
A Bandeira do Município do Xexéu foi criada em 1993, por Admmauro Gommes, a pedido do então prefeito Floriano Gonçalves de Lima. As suas três cores básicas (amarelo, branco e depois azul), formando três faixas verticais, foram baseadas nas cores da Bandeira Nacional. O azul representa o céu, numa profundidade que nos lembra o céu nordestino, sem nuvens, espelhado pelo sol sempre causticante; o branco simboliza a paz; e o amarelo as riquezas de um povo lembradas pela cor do ouro. No centro, estão os elementos muito significativos para o povo xexeuense: da esquerda para a direita, uma cana, ícone da agricultura que representou a base da economia municipal, fazendo referência às usinas de cana de açúcar da região, no meio, a esfera que nos traz a recordação da Bandeira Nacional, apenas mudando o lema de ORDEM E PROGRESSO para PAZ E PROGRESSO, sugerido pelo prefeito Floriano Gonçalves. À direita, ainda dentro do espaço branco, o desenho de um lápis, representando a educação do município. Em síntese, a ideia do autor da bandeira foi trazer o passado (cana-de-açúcar), o presente (ligação com o País, com o círculo azul, lembrando que estamos debaixo do mesmo céu brasileiro) e, finalmente, o futuro (considerando a educação como caminho a seguir por todos os xexeuenses).

HINO DE XEXÉU
             Admmauro Gommes e Nilton Rodrigues

Quem te vê, entre montes, surgindo
E teus raios tocando o véu
Não imagina que é o brio refulgente
Da estrela chamada Xexéu.

Uma pátria de berço heroico
De guerreiros, de paz e brandura
Essa luz te faz na alvorada
Como águia voando às alturas.

Meu Xexéu, no voo majestoso
Desafio não é uma quimera
Se há batalha me inscreve à luta
Que a vitória sorrindo te espera.

Elevamos a alma aos céus
Gratidão, com respeito e louvor
Que a bandeira hasteiem da paz
Da justiça, da crença, do amor.

Nossa gente feliz já na praça
Festejando emancipação
Seja sempre sagrado e suave
O teu canto de paz e união



Partitura do Hino de Xexéu - 
Transcrição do Maestro Nilton Rodrigues



























10 de julho de 2021

ALDRAVIA: experimento literário na Famasul


Admmauro Gommes

Em dezembro de 2019, 13 poetas ligados ao curso de Letras da Famasul/Palmares-PE (professores, formandos e egressos) adotaram o gênero Aldravia como experiência literária.

Como bem entendeu Pamella Emanuella: “A aldravia é mais um caminho (sem volta) da poesia que, mesmo com toda sua grandiosidade, consegue por seis versos unificá-la. Pela prática, as aldravias acontecem e surpreendem o próprio escritor. Esse embrião poético crescerá! Assim, o aldravianista se depara e dispara em seis palavras puras de teor literário. Às vezes é fácil, às vezes, paramos para pensar na terceira palavra. Devemos ir mais a fundo desta forma, tomar como sugestão e recriar...”

Mais de 500 textos poéticos foram criados e me enviados via whatsapp. Vejam/ poemas/ que/ produzimos/ alguns/ exemplos:

1. Admmauro Gommes
flores
flácidas
flamejam
fim
do
outono
*
muitos 
silêncios
no
último
grito
*
sugestão
de
crítica
começar
pelo
espelho


2. Davi Mota do Nascimento
lançar
seis
palavras
compreender
inúmeros
grãos
*
vaqueiros
vagueiam
nos
ermos
solos
lacrimais
*
entre
ângulos
círculos
retângulos
universo
arquitetônico



3. Izabelly Karla de Souza Ferreira
corpos
ligados
entre
uma
pessoa
estranho
*
segredo
confiança
amizade
guardar
as
chaves
*
som
seu
sua
sem
sonoridade



4. Jadson Alexandre da Costa
tenho
medo
da
dor
da
despedida
*
cada
degrau
enfrentado
um
sonho
realizado
*
boi
com
fome
sede
bebe
lama




5. João Constantino Gomes Ferreira Neto

agora
preciso
seguro
maduro
impávido
muro
*
porque
amor
seria
será
ser
ia.
*
no
luto
saudade
da
luta


6. Karina Manuela França 
castelos
de
amores
paixões
que
aprisionam
*
medos
destroem
metas
coragem
edifica
sonhos
*
cabelos
encaracolados
pele
crioula
beleza
empoderada


7. Kennedy Wellington Moreira
vida
prematura
acidental
amor
incondicional
mãe
*
fruta
mata
sede
sacia
fome
alma
*
do
nada
fluem
mananciais
límpidos
potáveis


8. Libene Tenório
guinche
meus
sentimentos
que
você
paralisou
*
perfuma
tudo
novamente
penetrando
com
riso
*
tão
invisíveis
catapultas
atravessam
meus
ideais



9. Luan Araújo do Nascimento
existência
tão
frágil
mundo
de
ilusões
*
destino
prega
peças
vida
prega
morte
*
amor
serei
em
um
mundo
amorgurado


10.Marcia Maria da Silva
teus
abraços
perfume
de
lírio
delírio
*
no
íntimo
sonhava
com
amado
desalmado
*
noite
de
luar
sozinha
no
altar


11. Maria Aparecida Santos da Costa
leia
tome
um
café
seja
feliz
*
insegurança
medo
ansiedade
males
do
século
*
família
domingo
casa
dos
avós
paz


12. Pamella Emanuella G. de Lima
sussurros
pelos
ares
frenética
alquimia
corporal
*
beijo
forçado
gosto
de
alma
mordida
*
canto
de
sereia
vela
marujos
silenciosos


13. Tony Antunes
poesia
sincera
versos
flutuantes
magia
quimera
*
etérea
onda
mar
sem
fim
nau
*
lépidos
trépicos
trópicos
amores
tortos
fervores

31 de dezembro de 2020

ÚLTIMA TRINCA DE 2020 (À MODA VILMAR CARVALHO)


1.

Uma vez que o título desta crônica não possui as tintas de minha lavra, aproveito e tomo de empréstimo a frase de Pero Vaz de Caminha, em célebre carta ao rei Dom Manuel, por ocasião do achamento do Brasil, em 1.500: “Não deixarei também de dar minha conta disso (...), o melhor que eu puder, ainda que – para o bem contar e falar – o saiba fazer pior que todos.” Eis algumas pinceladas sobre o ano letivo da Famasul-Facip que se vai, em meio ao espanto que tudo deu certo. Após cinco décadas, estreamos uma versão on-line, com tecnologia de última geração. Isso fez com que vencêssemos mares nunca dantes navegados, diria Camões.

 

2. 

Troquemos o cenário das grandes navegações e dos (re)descobrimentos pelo da premiação de um Oscar. Visualizando algumas categorias em 2020, indicaria três nomes: Flávio Miranda, Vilmar Carvalho e Jacqueline Oliveira. Flávio, melhor direção (posto que ainda não existe melhor presidência, na premiação); Vilmar como roteirista, atuando como personagem nas cenas de maior impacto e, Jacqueline, indicada para melhor direção, além de atriz principal. Cabe um registro necessário que esses estiveram ladeados por grande elenco, o que merece mais uma indicação: estatueta pelo conjunto da obra cinematográfica, digo, pedagógica.

 

3. 

Em muitas horas de filmagem, criação de novos cenários e protagonismos nas apresentações de curtas-metragens, gravamos todos os caminhos para um novo tempo. Por tudo que fizemos e merecemos, acredito que o próximo ano será uma questão de “Direito.” Disse quase tudo. “Para não dizer que não falei das flores”, não procurei originalidade para o desfecho destas anotações, pois o último dia do ano é muito curto e as ideias se apressam para ser História. Não dá para ser original, nesses minutos derradeiros. Por falta de um fecho inovador, vai esse mesmo, já consagrado pela repetição. Tenhamos esperança! “O ano termina... e renasce outra vez! ...”

 

TRINCA PRIMA. Ano Zero.

Admmauro Gommes





4 de março de 2020

POEMA PARA COMENTAR

PROCURA DA POESIA
Carlos Drummond de Andrade

Não faças versos sobre acontecimentos.
Não há criação nem morte perante a poesia.
Diante dela, a vida é um sol estático,
não aquece nem ilumina.

........................
Leia o texto completo:


20 de fevereiro de 2020

NOÇÕES DE LITERATURA

Vivenciamos na Famasul mais um módulo de Teoria Literária I (12 a 20/2/2020). Considero satisfatória a participação dos universitários que, interagindo com a base conceitual da arte que utiliza a palavra de forma figurada, criaram vários textos no formato de aldravias (poemas sintéticos de apenas seis palavras).

Durante a semana, tivemos a oportunidade de contar com depoimentos de ex-alunos da disciplina e agora professores. Aparecida, Wesley, Socorro Durán, Davi Mota e Gleidistone abrilhantaram as aulas alargando as concepções sobre o fazer poético.

A turma ainda produziu um Memorial, que serve como registro das acaloradas discussões.










Na última aula do período, antes do carnaval, encerramos com o conteúdo do item 1.2 do Plano de Ensino:

FUNÇÕES DA LITERATURA
Fonte: TAVARES, Hênio. Teoria Literária. Belo Horizonte: Villa Rica, 11ª Edição, 1996.

Evasão
Literatura como compromisso
Ânsia de imortalidade
Lúdico e
Sinfronismo



19 de fevereiro de 2020

QUESTÕES DE TEORIA LITERÁRIA

Tomando como base o pensamento de Mário de Andrade:
O que o meu inconsciente me grita,” escreva um breve texto a respeito da criação literária (como surge um poema e sua relação com a poesia).



Sugestão esperada de resposta:

João Vitor Pedrosa da Silva Ferreira (Teoria I/Famasul) 
            Muitas pessoas acreditam que para se criar um poema é preciso ter "inspiração". Porém, segundo o dicionário, inspiração nada mais é do que um conselho, uma sugestão ou uma influência ditada por alguém.
Portanto, para nós do âmbito literário, acreditamos que existam motivações e não inspirações. Pois, estamos tratando mais de técnica e dedicação, e não "de algo que surge do nada".
Ressaltando que, esta tese não foi apresentada apenas por uma pessoa. Alguns poetas conhecidos, como Clarice Lispector, João Cabral de Melo Neto, Mário Quintana e Carlos Fuentes também reafirmam a teoria de que para se compor um poema, é necessário muito esforço, como diz Fuentes: "Creio na disciplina, às oito da manhã, com minha caneta, até uma da tarde e depois, até de noite, trabalhando".
Ou seja, podemos até utilizar exemplos próprios ou situações vividas. Porém, o que faz com que um poema seja escrito com êxito, é o treinamento. A sua relação com a poesia é que, através dos versos e da composição do poema, o eu lírico pode se sentir à vontade, esbanjando sempre imaginação e sentimentalismo e faz com que o leitor viaje para um mundo complexo, repleto de pensamentos e reflexões.
Mas como podemos relacionar todo esse conceito ao trecho citado anteriormente?

Observemos o contexto poético: Ele está se referindo ao eu lírico como forma de uma voz, gritando em seus pensamentos. Como se o seu inconsciente lhe quisesse transmitir algo. Contudo, pode-se concluir que se trata do abstracionismo. Ou seja, abstrações criadas pela mente, uma vez que o nosso consciente é como a sonoridade da música, apenas facilita o que o emissor quer transmitir. Mas quem vai se encarregar de trazer a mensagem é a composição, o poema.
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Miguel Peixoto de Lyra Neto 

Muito se discute que para se criar um poema dizendo que é preciso ter "inspiração". Porém, inspiração é a capacidade criativa para motivar alguém. Fica claro que não existem inspirações e sim motivações.

Um poema não pode nascer de uma hora para outra, como se viesse do nada, como se tudo surgisse do improviso. Ele surge da visão dos sentimentos do autor, referente à poesia, que tem na sua essência algo inclassificável. Assim, cada autor, diante de um objeto ou situação, recebe estímulos diferentes para produzir um poema.

A poesia, por mais que alguém tente entendê-la sua relação com o poema é através dos versos e da composição, fazendo com que o eu lírico sinta-se à vontade, proporcionando ao leitor viajar para um mundo repleto de pensamentos e reflexões.

Podemos relacionar todo esse conceito ao texto citado acima, se referindo ao eu lírico como forma de uma voz gritando em seus pensamentos, transmitindo algo em seu inconsciente. Percebe-se que é algo abstrato, criado pela mente, para facilitar o entendimento que à mensagem.
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 Rayanna Flávia da Silva 

O surgimento de um poema está ligado às técnicas desenvolvidas por um poeta ao longo dos seus anos de trabalho, não tendo relação nenhuma com o que conhecemos por inspiração. Deste modo, o conceito desta palavra é entendido como uma ideia externa, dita por alguém ao artista e que o leva a escrever.

Neste caso, é possível concluir que não existe inspiração e sim motivações, como situações vividas pelo poeta em seu cotidiano. Por isso, a poesia se manifesta dentro do poema como a transfiguração dos sentimentos do eu lírico por meio dos versos e que poderá causar comoção no leitor.

Quando Mario de Andrade diz "O que o meu inconsciente me grita," refere-se a uma "voz" dentro de sua mente que serve como auxílio para que ele escreva, que pode ser entendida como fonte para suas ideias e que, juntamente com seu conhecimento literário, dará origem ao texto.
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David Rodrigues

O poema, surge, por meio das vontades e desejos internos, de registrar e transmitir sentimentos e emoções. A fim de que ouvintes e leitores se motivem a criar e refletir sobre a realidade e alto se repreenda, revisa conceitos e pensamentos.

Segundo Octávio Paz “O poético é a poesia em estado amorfo, e o poema é uma construção. É poesia erguida”. A “poesia, vive num estado amorfo, o poético é amorfo. Ele pode estar num pôr do sol, numa pintura”. “O poema é um organismo verbal, que contém, suscita ou emite poesia”. Ou seja, é por intermédio do poema que expressamos a poesia.

Assim, uma simples escritura, com metrificação, rimas e ritmos não torna a poesia em poemas. Para que seja mesmo um poema, precisa “ter ou emitir uma poesia”. Num poema contém sim, linguagens, escritas, métricas, rimas e ritmos. Mas esses elementos, devem vir com a poesia expressa e percebida.
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Washington

Para criar um poema, não precisa de uma "inspiração" e sim técnica e dedicação com relação à prática na criação do poema, pois sabemos que: "A prática leva a perfeição".

Quando nos sentimos motivamos ou até mesmo desafiados a compor um poema, permitimos deixar que o eu lírico flua com a imaginação e o abstratismo, fazendo com que o poema seja algo que possa viajar por diversos lugares onde a realidade não permita.

Ao dizer " O que o meu inconsciente me grita" Mário de Andrade, refer-se aos sentimentos que gritam, pois o inconsciente, segundo estudiosos, é um fenômeno que ocorre sem o controle da mente. Ou seja, é como houvesse uma transmissão entre o consciente e o inconsciente! Sendo o inconsciente sem filtro, podendo até agora ou pensar de maneiras inadequadas, e o consciente é que pensa antes de agir existindo um controle maior.

Sendo assim, a ação do inconsciente como um grito, algo abstrato, que está dentro da mente e influencia cada ser pensante.



Comentários encerrados. 
Agradeço a participação de todos.


9 de novembro de 2019

ECLIPSE: Graças Santos comenta

ECLIPSE (Admmauro Gommes)

Que mensagem nos traz esse eclipse?!
Voa flecha escura pelo ar
Bem próximo do Apocalipse
Uma besta de óleo sai do mar.
Sete chifres de morte se levantam
E das águas surgem pra matar.
Que perverso projeto desumano
Capaz de envenenar um oceano!


ECLIPSE E AS VÁRIAS VERTENTES DE UM POEMA
(Maria das Graças Santos)

O poema Eclipse de Admmauro Gommes nos permite várias vertentes para que se possa fazer uma análise literária. Pois retrata de forma bem sucinta o momento tenebroso, quando as águas se enfureceram em consequência do petróleo derramado que sujou o oceano, e que causou grande desastre ao meio ambiente.

No verso “Que mensagem nos traz esse eclipse?” em linguagem metafórica, pode-se ilustrar uma linda viagem marítima, céu claro, sol brilhante, águas límpidas, destino esse que levaria a lugares paradisíacos jamais visitados, mas de repente a calmaria foi surpreendida por uma grande escuridão. É neste momento que o autor faz analogia entre o real, quando o sol é encoberto e tudo escurece, com o breu, provocado pelo petróleo, que tornou o mar negro. E continua: “Voa flecha escura pelo ar” (...) "Uma besta de óleo sai do mar./ Sete chifres de morte se levantam. ".

O eu lírico sugere que a besta é a figura da morte (Apocalipse 13: 1-4) “E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas (...) Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?”

Daí os animais marinhos, peixes e outras espécies em meio ao enorme e catastrófico desastre ecológico, mesmo agonizando tornaram-se figuras aladas voando e fugindo do seu próprio habitat. “Quem poderá batalhar contra ela?” A besta triunfou, poluiu o oceano. Venceu a injusta batalha.

O escritor ainda faz um questionamento nos versos: "Que perverso projeto desumano/ Capaz de envenenar um oceano". O rico e preto líquido causado por negligência do ser humano conseguiu manchar a imensidão do mar. É por isso que a criação literária nos permite várias possibilidades para que o leitor possa desfrutar e fazer muitas leituras.

Dessa forma, o poeta utilizou metáforas para atenuar (e comparar) o que foi narrado no dia apocalíptico em que houve a destruição do oceano, junto aos seus habitantes que lá viviam.

Pode-se concluir que são os projetos humanos que se tornam desumanos, às vezes em sua insanidade.
Profª Graças Santos