Admmauro
Gommes
Escritor, Poeta e Professor de Teoria
Literária
da FAMASUL/Palmares (PE)
admmaurogommes@hotmail.com
Esta é uma história
antiga, mas sua temática é também de nossos dias. Trata-se de observar o comportamento
humano, o que é muito comum, principalmente no que tange ao julgamento alheio, ou
a emissão de palpites e opiniões, sem ninguém pedir. Isso percebemos de sobra,
à nossa volta.
Quase sempre, a busca
desenfreada, como tentativa para ser agradável a gagos e traianos, quando
em demasiadas ações, transforma-se em desastroso resultado. Bill Cosby, comediante
norte-americano, disse certa vez: "Não
conheço a chave para o sucesso, mas a chave para o fracasso é tentar agradar a
todo mundo." Foi então que me lembrei da história de ‘O
velho, o menino e o burro.’ Assim, a fábula me pareceu bem contemporânea, quando
nela imprimi contornos de nossos dias, com o olhar das instituições atuais.
Conta-se que um velho
andava pela estrada, montado em um animal, enquanto o menino ia a pé. No
caminho, um conselheiro tutelar o repreendeu severamente: “Como é que uma criança
dessa passa por esses maus tratos, andando a pé, e o velho vai confortável no
burro?” O velho não teve dúvida. Para atender àquela reclamação, desceu da
montaria e colocou o menino sobre o animal.
Mais adiante, encontra um
representante da melhor idade e chama a atenção do velho. “O senhor, nessa
idade? Seria bom que montasse e deixasse que a criança, ainda muito nova, fizesse
a caminhada, caminhando, porque ela tem muita saúde.” O velho, para não
afrontar nem ao primeiro nem ao segundo interlocutor, decidiu que a criança e
ele seguissem montados. Mais adiante, esbarra com um grupo de
ativistas protetores dos animais. “Aí é demais. Estão querendo matar o pobre
animalzinho.”
O final da história é
desconcertante. Lamentavelmente, o velho chega ao destino
com o burro nas costas, preocupado em não desagradar a mais ninguém.
Agradar a todos, como se
pode ver, é alvo inatingível.
Diante desta impossibilidade,
resta-nos agir em nome do bom senso. Optar pelo caminho do equilíbrio, agindo
com ética, mesmo considerando que essa seja mutável, em diferentes tempos e
espaços. Não obstante, ela é ainda a orientação aceitável para se fazer,
respeitando e atendendo aos reclames da própria consciência.
A consciência, alicerçada
na ética, deve guiar cada passo do ser humano. Se não há dolo, nem prejuízo
alheio, sigamos em frente, quem sabe seja este um indicativo de que estamos fazendo a coisa certa. Se fizermos bom uso de nossa consciência, talvez nem precisemos
carregar o burro nas costas.
Fazermos o que a nossa consciência, devidamente orientada pelo Espírito Santo,manda, é a melhor opção.
ResponderExcluirÉ a pura verdade. Se a consciência estiver corrompida, de nada adianta falar de virtude.
ExcluirEnquanto uns tentam acordar, outros ainda dormem.Querer suprir a ânsia de um povo sedento por resultados satisfatórios é Mergulhar à sua convicção no mar de fogo. Mar esse, que criamos para dar partida as vontades alheias. Sejamos o que a consciência nos conceda, o melhor, antes que acordemos em sonhos de realidades que não são nossa, e sim, de quem está ao redor.
ResponderExcluirO resultado dessa reflexão foi bem colocado em uma única palavra: consciência.
ResponderExcluirDe nada adianta querer agradar se a própria consciência for omissa. O certo e o errado são verdades dogmáticas inerentes à cada ser humano, o que de longe é certo para uns de perto é um erro para outros. E de acordo com a ética citada no texto, embora ela exista,como base norteadora de comportamentos, sempre haverá pré-julgamentos, pois somos imperfeitos e isso já justifica para o mundo nossa "condição de réu". O próprio cristo nos provou que nem mesmo a perfeição está longe de ser julgada, portanto, o que nos resta é a consciência, que entre o certo ou o errado, o excesso de julgamento ou a falta dele,é a única capaz de oferecer paz e sensatez.