O POETA
VITAL CORRÊA DE ARAÚJO ESTEVE NA FAMASUL MAIS UMA VEZ (23.10.14). Ele participou
de uma palestra sobre a literatura contemporânea no primeiro período de Letras.
Estiveram presentes Romilda Andrade, Josenildo Barros, Sylvia Beltrão, Genyff Farias, Marry
Francyelle, Ricardo Guerra e Marcondes Calazans. Este veio acompanhado de
vários universitários de História. O encontro foi promovido e mediado pelo
professor Admmauro Gommes.
I Período de Letras da FAMASUL (2014.2)
Ler Vital será um grande desafio, pois cada vez mais ele se fecha em um mundo impenetrável de obscura linguagem. (Admmauro Gommes)
Nesse
jogo, Vital vem conquistando a todos, e nós, como leitores sentimos cada vez
mais a motivação em desvendá-lo, ou melhor: derrotá-lo! (Sylvia de Azevedo Beltrão)
A
poesia dele é viva e renovadora, mediante as metáforas cerradas que instigam o
cérebro a trabalhar com mais profundidade. (Osani
Severina)
Para
VCA, a linguagem poética já não tem que imitar a natureza ou explicá-la como a
maioria do discurso prosaico ou descrição realista, mas fazer surgir uma
realidade nova. (Gabriela Raianne da
Silva)
Vital
Corrêa busca derrubar vocábulos e significados, transformando suas obras em um
conjunto de versos intraduzíveis. Ele defende uma poesia complexa, que leve os
leitores a pensar, a “multiplicar neurônios.” (Farlla Caroline Rosendo da Silva)
Qualquer
determinismo ou prévio cálculo poético Vital isola. Para ele, não há sentido no
finito, ou finito sentido. (Cláudio
Veras)
Ricos
em metáforas são os poemas de VCA. Ele de fato faz uso exorbitante da metáfora,
alguns deles, às vezes, soam como uma denúncia, confissão, apelo, desejo e por
que não dizer, uma sublime utopia. (Marta
Roberta Ramos da Silva)
Conhecer
Vital Corrêa de Araújo é adentrar num mundo oculto, ativar a mente, vomitar os
neurônios e engolir algo estranho, arranhento. (Rozineide da Silva Lopes)
As
metáforas utilizadas com muita técnica e rigores intrigantes de VCA me causaram
uma estranheza. Uma linguagem bastante aguçada, abstrata, densa e, apesar dos
poemas serem de versos livres, estamos perante uma obra clássica. (Humberto da Silva Cândido)
Vital
afirmou que a expressão através de palavras não pode ser clara, pois assim perde
a graça porque o leitor descobre rápido o segredo guardado dentro do texto. (Douglas Henrique Tavares Rocha)
Assim,
compreende-se que para VCA, a poesia tem como objetivo compreender o ser,
entretanto, homens e mulheres são seres inacabados. (Maria Jailma Galdino de Moura)
Surge-nos
a figura ímpar de Vital Corrêa de Araújo, cuja produção literária, poética e
prosaica, (principalmente, sua produção poética) corresponde à
não-pedagogização, à antioficialização, e à produção anticanônica, fundamentada no conflito entre dessacralização
e ressacralização, dessublimação e
ressublimação das tendências poéticas
neoposmodernas. (João Constantino Gomes Ferreira Neto)
Como entender, por exemplo, um pensamento desconcertante na medida em que VCA, ao derrubar a compreensão da realidade ao “pé da letra”, rompe com os “ideais” da modernidade, colocando-se na contramão de muitos valores que consideramos conquistas imutáveis? (Marcondes Calazans)
Reajamos,
como o pessoal de Letras da FAMASUL está fazendo! (Vital Corrêa de Araújo)
Sabe-se que poema e poesia são coisas diferentes. Texto estruturado em versos, isso é poema. Porém quando lemos ou ouvimos alguém recitar determinado texto, e sentimos algo 'intraduzível', ocorre a poesia. Salienta-se ainda que a poesia acontece na leitura de uma prosa, na observação da natureza e da pessoa amada. No poema Delícias, o poeta Wilson Santos, estimulado (e não inspirado) por sua amada, externa o eu-lírico, quando escreveu: 'Te adoro! Gosto de te ver... me dizendo coisas de amor'. Já expressamos acima sobre poesia, como algo sem tradução, 'intradução' essa, observada no poema 'As letras criam asas' no qual, Wilson Santos questionou 'Meu coração ferve?...Não sei! É um passado somado ao presente brilhando no firmamento do aprender'. Quem está apto à tradução?